Na passagem – O automóvel que dirijo agora faz coisas que o ...
Leia o texto, para responder a questão.
O hacker é essencial ao sistema
Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me arrebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da máquina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso continuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores, palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O hacker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insustentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema, pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)
* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.
** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.
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Gabarito comentado
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Iniciando a resolução em si, que tal relembrarmos como os verbos sofrem variações de acordo com suas flexões de tempo?
São três os tempos verbais: presente, pretérito (passado) e futuro. Vejamos alguns exemplos:
- Presente: tem relação com o agora, com o fato ou ação que ocorre no mesmo momento em que se fala.
Notem: trata-se de algo que ocorre no exato momento em que se fala.
- Pretérito: tem relação com um fato ou ação que ocorreu no momento anterior à fala.
Notem: o dia estava (passado), mas não está mais no momento atual.
- Futuro: tem relação com um fato ou ação que ainda vai acontecer.
Notem: o dia será (futuro), mas ainda não é.
- Só que no caso do futuro existe uma forma que faz menção a alguma coisa que poderia ter acontecido, ou seja, uma possibilidade, uma hipótese. Estamos falando do futuro do pretérito.
Notem: não é exatamente um passado, pois se trata de uma ação (viajar) que não aconteceu. Porém, existia a possibilidade de que ela acontecesse. Outra coisa importante: verbos flexionados no futuro do pretérito terminam em ia (singular) e iam (plural).
Agora ficou bem mais fácil resolvermos a questão. Inclusive, podemos eliminar algumas alternativas, pois sabemos que verbos terminados em ia/iam estão flexionados no futuro do pretérito e dizem respeito a coisas que poderiam ter acontecido (possibilidade/fato hipotético).
E quais são as duas alternativas que falam em fato hipotético? C e D. Por quê? Por causa da presença do verbo ter flexionado de modo a expressar uma possibilidade/um fato hipotético (teria – algo que poderia ter acontecido, mas não ocorreu). Notem a terminação ia.
No entanto, apenas uma delas é a correta. A letra C também fala em fato hipotético, contudo, a correta é a letra D. Isto porque, no trecho em que usa a expressão então o autor não está concluindo nada. Na verdade, ele está se referindo a um momento do passado, comparando o carro que ele tinha naquela época e o veículo que dirige agora.
Gabarito do Professor: Letra D.
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Comentários
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Assertiva D
tempo anterior e fato hipotético no passado.
Futuro do pretérito do indicativo = expressa um fato posterior hipotético com relação a outro fato já passado; frequentemente, o outro fato passado é dependente do primeiro e inclui uma condição:
EX: GANHARÍAMOS o prêmio, se tivéssemos
LETRA D
No tema de correlação verbal temos que:
Futuro do pretérito (RIA): Expressa um fato futuro em relação a um momento passado.
+ Pretérito imperfeito do do subjuntivo (SSE): Passado dependente de outro fato passado.
Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!
"[...] mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me arrebentado".
A ideia da frase é a seguinte:
Se tivesse começado a dirigir naquela época com meu carro de hoje.
*então ---> tempo anterior, remetendo à época que começou a dirigir.
*já teria me arrebentado ---> fato hipotético no passado. Notem que temos o futuro do pretérito, passado.
Então,se tivesse começado(começado no passado) a dirigir com meu carro,já teria me arrebentado...
Colocando nessa ordem fica mais fácil de entender o que se pede.
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