“As campanhas de marketing não apenas influenciam as escolh...

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Q1306483 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Texto I

Publicidade de alimentos e obesidade infantil: uma reflexão necessária


    A epidemia de obesidade e doenças crônicas é um problema que atinge, de maneira crescente, o mundo inteiro. E tornou-se consenso entre as principais organizações e pesquisadores em saúde pública que a regulação da publicidade de alimentos é uma das estratégias necessárias para combatê-la. As campanhas de marketing não apenas influenciam as escolhas alimentares na infância, mas também buscam fidelizar consumidores desde a mais tenra idade. O objeto preferencial são os alimentos ultraprocessados, feitos a partir de ingredientes industriais, com pouco ou nenhum produto fresco, e, geralmente, com alta quantidade de açúcar, gordura e/ou sódio.

    Em 2010, a Organização Mundial da Saúde recomendou a redução da exposição das crianças à propaganda de alimentos, sobretudo aqueles com alta quantidade de açúcar, sal e gordura. Em 2012, a Organização Pan-Americana da Saúde aprofundouse no tema e também apresentou recomendações de ações concretas por parte dos governos para reduzir a exposição das crianças à publicidade de alimentos. Para especialistas, a autorregulamentação do setor não tem funcionado.

    A mais recente publicação sobre obesidade do periódico Lancet, divulgada em fevereiro deste ano, indica que, até o momento, as iniciativas de regulação da propaganda não foram suficientes. Desde os avanços conquistados na proteção da amamentação, com a eliminação de anúncios que apresentam substitutos do leite materno, poucas ações efetivas foram implementadas para frear o massivo marketing da indústria de alimentos para crianças em todo o mundo.

    No Brasil, apesar da proibição da publicidade abusiva (direcionada à criança) prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC) desde 1990, a falta de regulamentação específica para alimentos prejudica a efetivação da lei. Em 2010, a movimentação internacional em torno do tema motivou a elaboração da primeira regulação sobre publicidade de alimentos em geral, por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A regulação, no entanto, foi suspensa logo após sua publicação, devido à pressão de diversas associações da indústria de alimentos. A Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) contribuiu muito para a proteção ao aleitamento materno, porém aguarda regulamentação, desde 2006, o que compromete a fiscalização e o cumprimento da lei.

    Alguns avanços também precisam ser reconhecidos, como a Resolução 163/2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que regulamentou a propaganda abusiva, descrevendo todos os casos em que o Código do Consumidor deve ser aplicado. Porém, os órgãos de fiscalização ainda não possuem força suficiente para colocá-la em prática, também por conta da grande pressão das associações da indústria e de publicidade. Assim como na suspensão da resolução da Anvisa, esses segmentos fazem pressão contra a resolução do Conanda, alegando que esses órgãos não têm competência legal para regular a publicidade ou que as regras ferem a liberdade de expressão das empresas. Argumentos que já foram refutados por renomados juristas e contestados pelas evidências científicas na área da saúde pública.

    O novo Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, reconhece a influência e coloca a publicidade de alimentos como um dos obstáculos para a alimentação saudável. O guia destaca que a regulação é necessária, pois a publicidade estimula o consumo de alimentos ultraprocessados, induzindo a população a considerá-los mais saudáveis, com qualidade superior aos demais, e frequentemente associá-los à imagem de bem-estar, felicidade e sucesso. 

    Independentemente do tipo de alimento, a propaganda direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade de indivíduos em fase de desenvolvimento para incentivar o consumo. Por isso, não deve ser permitida. Ainda temos um longo caminho pela frente para alcançar a garantia dos direitos à alimentação adequada e saudável e os direitos dos consumidores. 

Ana Paula Bortoletto (https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/publicidade-de-alimentos-e-obesidade-infantil-buma-reflexao-necessariab.html) Adaptado.

“As campanhas de marketing não apenas influenciam as escolhas alimentares na infância” (1º parágrafo).


O termo sublinhado pertence à seguinte classe de palavras:

Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa Correta: D - Substantivo

Vamos entender a questão e os conhecimentos necessários para resolvê-la. A questão pede que se identifique a classe de palavras do termo sublinhado "alimentares" na frase: "As campanhas de marketing não apenas influenciam as escolhas alimentares na infância."

Para resolver essa questão, é importante compreender a morfologia, ou seja, a classificação das palavras na língua portuguesa. O termo "alimentares" desempenha um papel específico na frase, e é necessário identificar sua função para classificá-lo corretamente.

Justificativa da Alternativa Correta:

O termo sublinhado "alimentares" é um substantivo. Ele indica um tipo ou categoria específica de escolhas, ou seja, escolhas relacionadas à alimentação. A palavra "alimentares" está na forma de plural e se refere diretamente a "escolhas", especificando que tipo de escolhas são essas.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - Adjetivo: Uma confusão comum seria pensar que "alimentares" é um adjetivo, pois adjetivos qualificam ou especificam substantivos. No entanto, "alimentares" aqui está funcionando como um substantivo, especificando o tipo de escolhas.

B - Advérbio: Advérbios modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios, indicando circunstâncias como tempo, lugar, modo, etc. "Alimentares" não está desempenhando esse papel na frase.

C - Conjunção: Conjunções são palavras utilizadas para conectar orações ou termos de uma oração. "Alimentares" não conecta ideias, não desempenhando a função de conjunção.

Espero que essa explicação tenha sido clara e ajudado a entender as classificações morfológicas das palavras. Identificar a função que cada palavra desempenha em uma frase é crucial para classificá-la corretamente.

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Comentários

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✅ Gabarito: A

✓ “As campanhas de marketing não apenas influenciam as escolhas alimentares na infância” (1º parágrafo).

➥ Temos, em destaque, um adjetivo. Ele qualifica o substantivo -escolhas; possui função sintática de adjunto adnominal. 

➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

Alimentares - de alimentos

Profissionais - de profissão

Amorosos - de amor

sentimentais - de sentimentos

afetivas - de afeto

"Escolhas" que são "alimentares" - há uma especificação de qual tipo de escolha se trata, ou seja, qualifica o nome "escolhas".

Gabarito letra A!

Está caracterizando o tipo de escolha

Está caracterizando o substantivo "escolha"

Ou seja, não é qualquer escolha, é a escolha alimentar.

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