No início de uma crônica de Fernando Sabino, Arte e Passat...
Pedem-me que escreva sobre minhas razões de amar o cinema. Aos dezoito anos eu diria que amava o cinema por causa da pipoca, do escurinho e da mão da namorada.
SABINO, F. Livro Aberto. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 456.
Reescrever essa frase com “Pedem-me para escrever sobre minhas razões de amar o cinema” será
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Interpretação da Questão: A questão aborda o uso do verbo pedir em um contexto específico da norma-padrão da Língua Portuguesa. O objetivo é avaliar a adequação da reescrita da frase original.
Norma Gramatical Aplicável: A norma em questão refere-se à regência do verbo pedir, que pode ser seguido de que ou para, mas a escolha influencia a estrutura e a formalidade do discurso.
Alternativa Correta: A alternativa B é a correta, pois reescrever a frase como "Pedem-me para escrever sobre minhas razões de amar o cinema" é desaconselhável se o intuito for escrever rigorosamente na norma-padrão. O uso de para altera o sentido da solicitação, tornando-a menos formal.
Justificativa da Alternativa B: O verbo pedir requer a construção pedir que quando se refere a um pedido formal. A mudança para pedir para é considerada um uso mais coloquial, o que pode não ser apropriado em contextos mais formais, como textos literários ou acadêmicos.
Justificativas das Alternativas Incorretas:
A - Correto, se for considerada a norma-padrão: Essa alternativa é enganosa, pois a mudança no uso do verbo não respeita a norma-padrão em contextos formais.
C - Inaceitável, pois haverá mudança do significado do verbo: Embora a mudança de construção altere o tom da frase, não se pode afirmar que o significado do verbo em si muda; a mudança é mais sobre o contexto e a formalidade.
D - Inadequado, já que a oração estará em sua forma reduzida: A alternativa confunde a questão; a reescrita não se refere a uma oração reduzida, mas sim à mudança na estrutura do pedido.
E - Apropriado, porque está implícita a ideia de “pedir permissão”: Essa interpretação é equivocada, pois o sentido de "pedir permissão" não é o foco do uso do verbo nesse contexto; o verbo deve exigir a construção adequada para manter a formalidade.
Dicas para Interpretação: Ao abordar questões de interpretação e gramática, é essencial prestar atenção às nuances no uso de verbos e suas construções. Sempre que se deparar com um verbo que pode ter mais de uma forma de uso, analise o contexto e o nível de formalidade exigido.
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Verbo pedir é VTDI.
No objetido indireto é exigido o pronome "que" indicando uma Oração subordinada substantiva subjetiva.
Pede [alguma coisa] à ou para [alguém]
Porém, o "que" fica na norma culta. Além disso, submete um sujeito oracional.
O verbo "pedir" é o que a gramática tradicional chama de transitivo direto e indireto, ou seja, é um verbo que requer dois complementos. O objeto direto, ligado ao verbo sem preposição, é representado por aquilo que se pede; já o indireto indica o destinatário da ação e deve ser introduzido pela preposição "a". Assim: pedir algo a alguém.
Num período simples, geralmente a dúvida não se coloca. O problema surge nos períodos compostos, sobretudo, naqueles em que o objeto direto é representado por uma oração, como se vê na passagem da questão acima. A oração que tem valor de objeto direto inicia-se com a conjunção "que". Daí surgir a construção "fulano pediu que...". Note-se que a preposição "para" não tem função nesse sintagma.
Por Thaís Nicoleti da UOL Educação.
Saiba que:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.
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