O que é pronome relativo em:
Viver para postar
Gregório Duduvier
Amo fazer aniversário. Quando era pequeno (continuo pequeno, eu sei, mas nessa época era bem pequeno), lembro da frase mágica: "Hoje você pode fazer o que você quiser" – e o que eu queria era muita coisa. Queria o Tívoli Park, o chico cheese, o Parque da Mônica, tudo ao mesmo tempo. Sempre acabava optando pelo Tívoli Park – Pasárgada da minha infância, onde era feliz – e sabia.
Hoje já não tem Tívoli Park – minha Pasárgada fechou depois de diversos casos de assalto dentro do trem-fantasma – mas a memória dessa liberdade plena e irrestrita volta sempre que faço aniversário. Por isso, não reclamem se esta coluna flertar com a autoajuda. Hoje esse é o meu Tívoli Park.
Ser feliz é a melhor maneira de parecer um idiota completo. Para muita gente, a felicidade dos outros é um acinte. E não estou falando dos invejosos. Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja alheia é delírio narcísico.
Estou falando dos cronicamente insatisfeitos – esses sim existem, e são muitos. Experimenta dizer que está feliz. O olhar vai ser fulminante, assim como a resposta mental: "Como é que esse imbecil pode ser feliz num país desses, num calor desses, com um dólar desses?".
Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar. Aprendi que a lei de Murphy só existe pra quem acredita nela. E aprendi que reparar na felicidade te ajuda a reconhecê-la quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante.
"A gente só reconhece a felicidade pelo barulhinho que ela faz quando vai embora", dizia o Jacques Prévert. Dificílimo reconhecer a felicidade quando ela ainda está no recinto. Caso reconheça, é fundamental fotografar, escrever, desenhar, filmar. Para isso servem nossos smartphones: para estocar os mais diversos tipos de felicidade em pixels, áudios e blocos de nota. Às vezes a necessidade de registro pode parecer uma fuga do presente, mas, pelo contrário, é a documentação da felicidade que estica o presente para a vida toda.
Sempre que se depara com os melhores momentos da vida – e no caso dele isso acontece quase todo dia – meu padrasto exclama, com voz de barítono: "Felicidade é isso aqui". Aproveito para dizer: hoje faço 29 anos e estou irremediavelmente feliz. Desculpem todos. Vai passar. Mas enquanto isso, aproveito para exclamar, antes que passe: "Felicidade é isso aqui”.
Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2015/04/1615741-viver-parapostar.shtml Acesso em:7 set. 2016.
Vocabulário:
Tivoli Park foi um parque de diversões localizado no bairro da Lagoa, na cidade
do Rio de Janeiro, no Brasil. Funcionou de 1973 a 1995.
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"São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas. Os pronomes relativos "que" e "qual" podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos "o", "a", "os", "as" (quando esses equivalerem a "isto", "isso", "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo".). "
pronome relativo ( substituir por a/o qual)
conjunção integrante ( substituir por ISSO)
Alguém pode explicar pq é a letra b?
‘Hoje você pode fazer o que você quiser’
A substituição por "ISSO", me parece plenamente possível: Hj vc pode fazer ISSO".
Sobre a letra (b), ''o'' e ''que'':
Caso exista um ''o'' antes do ''que'' na oração a ser analisada, tente substituí-lo por ''aquilo'', se funcionar, o ''que'' é pronome relativo e o ''o'' é pronome demonstrativo.
Ex: Comemos o que somos.
Comemos aquilo que somos.
Típica questão para diferenciar Conjunção integrante x pronome relativo.
Pronome relativo
Dica: substitua o "que" por "o qual, "a qual", "os quais", "as quais". Se for possível, usar um desses pronomes relativos substituindo um termo antecedente será um pronome relativo!
Exemplo: João amava Teresa que amava Raimundo. - João amava Teresa a qual amava Raimundo.
Há um caso que, talvez, possa dificultar sua visão: pronome relativo antecedido de pronome demonstrativo "o" (o = isso, aquilo) ou os, a, as:
Exemplo: “O que mais aprecio nesta vida é o olhar inocente de uma criança.” Aquilo que mais aprecio nesta vida é o olhar inocente de uma criança.
Conjunção Integrante
Dica: Substitua a oração iniciada pela conjunção por "isso". Se for possível, trata-se de uma conjunção integrante mesmo!
– Não pensem que o poeta é um marginal, pois nunca o foi. (= Não pensem isso.)
Assim:
a) “[...] quando esbarrar com ela de novo – e acho que isso foi o mais importante”. (acho isso) ERRADA
b) “‘Hoje você pode fazer o que você quiser’ – e o que eu queria era muita coisa”. (pode fazer aquilo que você quiser) CERTA
c) “Aprendi que reclamar do calor ou do dólar não reduz a temperatura nem o dólar“. (Aprendi isso) ERRADA
d) “Não consigo acreditar que existam invejosos de mim, para mim essa paranoia com a inveja alheia é delírio narcísico”. (Acretitar nisso) ERRADA
Fonte: A gramática para concursos - Fernando Pestana
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