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Texto 1

A neurociência do Flow

Esquecer do mundo externo, perder a noção de tempo e ficar totalmente imerso naquilo que está fazendo. Se você reconhece essa sensação, provavelmente já experienciou o “estado de fluxo”. Conheça o estado mental responsável pelo sucesso de atletas e artistas – e saiba como ajudar sua mente a atingi-lo.

Por Maria Clara Rossini 15 jun 2023, 18h05

    Fiz todas as recomendações que encontrei em livros e pela internet: desliguei as notificações do celular, tentei focar ao máximo no que estou fazendo e minimizei qualquer possibilidade de distração que me tirasse do momento presente. Para escrever este texto, me propus a entrar em um estado mental de intensa concentração, conhecido pela psicologia como flow, ou estado de fluxo.  
    Essa é a situação que combina a alta performance em determinada tarefa com o baixo esforço para realizá-la. Quando o cérebro assume esse modus operandi, o indivíduo não vê mais o tempo passar, fica imerso na atividade, não se preocupa com autocríticas nem pensa em qualquer outra coisa. A tarefa que desencadeia o  flow se torna recompensadora e prazerosa por si só. 
     É bem provável que você já tenha experimentado o flow em algum momento da vida – seja praticando um esporte, tocando um instrumento ou mesmo jogando videogame. O estado de fluxo aparece no filme  Soul, da Pixar: ali, as “almas” das pessoas que entram em flow são transportadas para uma outra dimensão, onde ficam inteiramente absortas naquilo que estão fazendo. No mundo real, as pessoas costumam se referir a esse lugar mental como “a zona” ( the zone, em inglês, o idioma original do termo). 
   Para entrar nessa zona invejável, o desafio da tarefa em questão não pode ser maior que a habilidade do indivíduo – isso só geraria ansiedade e frustração por não conseguir realizá-la. Mas também não pode ser menor, o que deixaria a pessoa entediada. O equilíbrio entre desafio e habilidade é o segredo para atingir o estado de fluxo.
    Alguns autores já tentaram traduzir o fenômeno em palavras, bem antes de a psicologia catalogá-lo. O alemão Nietzsche apelidou a coisa de estado de Rausch  – “intoxicação”. Na filosofia taoísta, a sensação está relacionada ao Wu Wei, o princípio da “ação sem esforço”. Já quem sistematizou as características do  flow como as conhecemos foi o croata Mihaly Csikszentmihalyi, na década de1970.
Esse psicólogo (cuja pronúncia do sobrenome é “cíkzen-mihalí”) identificou o estado de fluxo enquanto fazia pesquisas sobre criatividade. Após conversar com músicos, atletas, gestores e trabalhadores de fábrica, ele notou que muitos usavam a palavra “fluida” para descrever a sensação, como se agissem guiados por um fluxo. Daí o nome.
    Já entrei em flow enquanto escrevia diversos textos: é como se as palavras fluíssem para a página, como foi descrito pelos entrevistados de Csikszentmihalyi. Mas, justamente neste texto sobre flow pareço estar tendo alguma dificuldade. E não é à toa. Uma das “regras” do estado de fluxo é que ele não funciona sob demanda. Não surge quando você quer, mas espontaneamente – e, em geral, você só percebe o que aconteceu quando sai dele.
    Foi a partir de entrevistas e questionários que Csikszentmihalyi descobriu a universalidade do flow . Agora, técnicas de neuroimagem começam a desvendar o que ocorre no cérebro durante esse estado.
    [...]
    Em suma, o estado de fluxo é maneira mais intensa de viver o presente. Lembre-se de que o futuro é só uma criação do seu córtex pré-frontal; e que o passado são páginas viradas. O único tempo que existe de fato é o aqui e o agora. Mergulhe nele, e deixe o fluxo te levar.

(Adaptado).

Considere o seguinte cenário:

Estudantes do Ensino Médio, ao lerem o trecho abaixo, questionam uma regra gramatical:


“Já entrei em flow enquanto escrevia diversos textos: é como se as palavras fluíssem para a página, como foi descrito pelos entrevistados de Csikszentmihalyi. Mas, justamente neste texto sobre flow, pareço estar tendo alguma dificuldade.”. (Sublinhado inserido).


“– Professora, se “mas” é uma conjunção adversativa, qual é o termo ou oração que essa conjunção está contrastando?”. A professora reconhece tamanha inquietação e explica o fenômeno linguístico.


Dado o contexto acima, analise as asserções I e II e a relação entre elas.


I- Ao se depararem com essa situação, os estudantes questionam uma norma da gramática tradicional de que conjunções adversativas opõem dois termos ou duas orações de funções sintáticas idênticas. Para entender o questionamento e a sua explicação, é necessário pensar para além de uma regra fixa e entender que os elementos têm comportamento diversos conforme o contexto de uso.


PORQUE


II- Além de ligar termos ou orações, o conectivo mas pode ligar porções maiores de texto, expressando relação de contraste entre mas dois fatos e ideias ou uma quebra de expectativa em relação à proposição anterior. Dentre os valores possíveis, essa conjunção pode indicar ressalva, como faz Maria Clara Rossini para realçar a dificuldade no seu estado de fluxo


A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA:

Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

Acredito que o MAS foi usado justamente como contraste e não ressalva.. Questão confusa..

A resposta correta é a alternativa C: As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.

Análise detalhada:

  • Asserção I:
  • Verdadeira: A asserção I está correta ao apontar que os estudantes questionam uma regra gramatical tradicional de forma pertinente. A ideia de que conjunções adversativas sempre ligam termos ou orações de mesma função sintática é uma simplificação excessiva. A língua é um organismo vivo e as regras gramaticais são flexíveis, adaptando-se aos contextos de uso.
  • Importância de pensar além da regra: A asserção enfatiza a necessidade de analisar o funcionamento da língua em contextos específicos, indo além de regras fixas e abstratas.
  • Asserção II:
  • Verdadeira: A asserção II complementa a primeira ao apresentar uma explicação mais completa sobre o uso da conjunção "mas". Ao afirmar que "mas" pode ligar porções maiores de texto e expressar uma quebra de expectativa, ela demonstra a versatilidade desse conectivo e a sua capacidade de estabelecer relações semânticas complexas.
  • Justificativa da asserção I: A asserção II justifica a I ao mostrar que o questionamento dos estudantes é válido, pois a conjunção "mas" pode ter um funcionamento mais amplo do que o previsto pela regra tradicional.

Relação entre as asserções:

As duas asserções se complementam de forma coesa. A primeira apresenta o problema, ou seja, o questionamento dos estudantes sobre o uso da conjunção "mas". A segunda oferece uma solução, ou seja, uma explicação mais abrangente sobre o funcionamento desse conectivo.

Ambas as asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. Ao analisar o exemplo do texto, a professora demonstra a importância de uma abordagem mais flexível e contextualizada do ensino da gramática, incentivando os alunos a pensar criticamente sobre a língua e a reconhecer a diversidade de seus usos.

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Tenho corpo, mas não tenho alma. Posso ser grande ou pequena, mas nunca me movo. Sou feita de muitas folhas, mas não sou uma árvore. Guardo histórias, mas não falo.

O que sou?

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