Desde a década de 1950, a colheita do suco ruminal e seu ex...
Desde a década de 1950, a colheita do suco ruminal e seu exame foram introduzidos no diagnóstico clínico do bovino. Com relação a esse exame do suco ruminal, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.
( ) Na avaliação do suco ruminal, podem ser avaliados, entre outros, a cor, o odor, a viscosidade, a sedimentação e flutuação, o valor do pH, o teor de protozoários e bactérias.
( ) Na acidose lática aguda, observa-se o suco ruminal com coloração leitosa-acinzentada, odor ácido penetrante, sedimentação rápida e pH maior que 7 (pH > 7,0).
( ) Na avaliação do suco ruminal, a observação microscópica da microflora dos proventrículos é um recurso diagnóstico para o esclarecimento da acidose ruminal.
( ) Na putrefação ruminal, observa-se o suco ruminal com coloração castanho enegrecido ou verde, odor amoniacal icoroso e pH entre 7,0 a 8,5.
Assinale a sequência CORRETA.
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A alternativa C - V F V V é a correta. Vamos analisar cada um dos itens para entender por que essa é a resposta correta.
1. Avaliação do suco ruminal: A primeira afirmativa está correta. Na avaliação do suco ruminal, é realmente possível analisar diversos parâmetros, como cor, odor, viscosidade, sedimentação e flutuação, valor do pH, e o teor de protozoários e bactérias. Esses fatores são essenciais para o diagnóstico das condições do rúmen.
2. Acidose lática aguda: A segunda afirmativa é falsa. Na acidose lática aguda, o suco ruminal apresenta coloração leitosa-acinzentada e odor ácido penetrante, isso está correto. No entanto, o pH é na verdade menor que 7, geralmente entre 5 e 6, devido ao aumento da produção de ácido lático. Portanto, a parte que menciona um pH maior que 7 está incorreta.
3. Observação microscópica da microflora: A terceira afirmativa é verdadeira. A observação da microflora dos proventrículos no exame do suco ruminal é um método eficaz para diagnosticar a acidose ruminal, pois permite visualizar alterações na população de microrganismos que são indicativas dessa condição.
4. Putrefação ruminal: A quarta afirmação é verdadeira. Durante a putrefação ruminal, o suco ruminal pode, de fato, apresentar coloração castanho enegrecido ou verde, com um odor amoniacal icoroso, e o pH geralmente encontra-se entre 7,0 a 8,5 devido à decomposição proteica e produção de amônia.
Entender esses aspectos do suco ruminal é fundamental para diagnósticos clínicos em bovinos, ajudando a diferenciar entre condições como acidose e putrefação, que têm impactos significativos na saúde animal.
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Na acidose lática, dentre os fatores que desencadeiam a doença estão o fornecimento de concentrado a animais que não estão adaptados, a ingestão de grandes quantidades de alimentos ricos em carboidratos mesmo os animais já estando adaptados e a reintrodução de concentrado após um período de jejum.
A forma aguda ocorre a ingestão exagerada de alimentos ricos em carboidratos, que fermentam rapidamente no rúmen, produzindo grandes quantidades de ácido láctico e ácidos graxos voláteis (AGVs), principalmente o propionato. Esta condição favorece a multiplicação do Streptococcus bovis que leva a produção de quantidades significativas de ácido láctico e a diminuição do pH (<5,5), comprometendo as bactérias Gram (-) e protozoários. Quando o pH chega a valores inferiores a 5,0 o S. bovis é inibido e ocorre a multiplicação do Lactobacillus sp e a concentração de ácido láctico D (-) e L (+) aumentam significativamente no interior do rúmen, levando ao aumento da pressão osmótica e seqüestro de líquido para a luz do órgão. O conteúdo ruminal se torna aquoso e o animal apresenta hemoconcentração, desidratação, acidose metabólica, prostração, coma e freqüentemente morte. (DUNLOP, 1972; RADOSTITS et al., 2002; GARAY & GARCÍA, 2009).
A forma crônica da acidose observa-se ingestão prolongada de quantidades excessivas de carboidrato associada a níveis inadequados de volumoso bem estruturado. A população microbiana ruminal se adapta à ração rica em grãos e grandes quantidades de microrganismos usuários e produtores de lactato são detectadas. Desta forma, o ácido láctico não se acumula, pois é metabolizado pelas bactérias. Porém, as elevadas concentrações de AGVs principalmente butírico e propiônico estimulam a proliferação do epitélio daspapilas ruminais e causa paraqueratose, o que leva a uma menor absorção dos ácidos graxos voláteis e aumenta a ocorrência de traumatismo e inflamações na parede do rúmen. Os efeitos sobre os animais são crônicos e insidiosos, a contínua carga ácida pode reduzir a eficiência metabólica e desempenho geral (SMITH, 2006).
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