Ainda segundo o texto, desigualdade social resulta:

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Q2007270 Português
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As instituições sociedades se configuram em padrões econômicos, culturais e ético-políticos. Esses padrões são correlatos de uma ordem historicamente construída. A ordem social pode ser chamada de “autogerada” somente no sentido em que ela resulta da atividade dos seres humanos, que são seres sociais, não sendo, portanto, definida por um ser supremo fora de nosso mundo, nem muito menos resultante meramente de nossas tendências biológicas, tais como se verificaria numa colmeia ou num formigueiro. A ordem social é autogerada coletivamente a partir da produção e reprodução coletiva da existência humana. Essa empreita, transformando-se constantemente de acordo com as reconfigurações da correlação de forças econômicas e ético-políticas, possui uma dimensão histórica radical, pois tudo está em um processo, em um “devir” contínuo.

A história não dá saltos, nada acontece sem ter sido preparado, sem que condições específicas não tivessem possibilitado o advento do novo. A ordem social é construída historicamente e só é criticamente compreensível segundo a configuração das forças sociais em dado momento, o que pode ser investigado a partir da pergunta sobre a quem ela serve. Essas forças expressam o entrelaçamento das relações de poder econômico, político, técnico-científico, comunicativo e bélico.
   
Devido ao caráter instável da configuração e constituição social, nenhuma ordem, padrão de reconhecimento entre as pessoas, em relação ao qual se estabelece o que cabe a cada uma fazer, ceder, oferecer e receber, deve ser entendida fora do processo contraditório de destruição e criação de padrões, da desordem que lhe é correlata, das ações que não se enquadram nos padrões de reconhecimento estabelecidos num determinado momento, mas que os tornam relativos.
     
O poder público tem-se definido como esquema de constrangimento, capacidade de definir prioridades para a coletividade, controle dos meios de produção e reprodução da existência social e dos meios de persuasão e de repressão. A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade. Assim, a desigualdade de poder de consumo é apenas a ponta do iceberg da configuração das forças sociais, do processo histórico segundo o qual uma sociedade se constitui. A ordem expressa nas leis constitucionais que modulam juridicamente uma sociedade reflete e justifica a configuração de forças históricas, que define como os frutos da cooperação social são diferentemente apropriados.

SILVA, S. R. Ética pública e formação humana. Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 645-665, out. 2006. p. 648-649. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br (com adaptações).
Ainda segundo o texto, desigualdade social resulta:
Alternativas

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Interpretação do Enunciado: A questão apresentada é de interpretação de texto. O enunciado pede para identificar a causa da desigualdade social segundo o texto fornecido. Para isso, é necessário compreender como o autor do texto explica a origem dessa desigualdade, utilizando pistas e informações contidas no próprio texto.

Estratégia de Resposta: Ao analisar o texto, é essencial identificar palavras-chave e expressões que indiquem causas e consequências. Marcadores discursivos como "devido a", "resulta de", "oriundas de" são úteis para identificar relações de causa e efeito.

Análise da Alternativa Correta (D): A alternativa D afirma que a desigualdade social resulta das "assimetrias históricas oriundas da divisão social do trabalho e da propriedade, ou seja, da partilha do poder econômico." No texto, é mencionado que "a sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade". Essa afirmação está em total consonância com a explicação dada no texto, tornando a alternativa D a correta.

Justificativa das Alternativas Incorretas:

Alternativa A: A alternativa sugere que a desigualdade decorre da incapacidade do poder público de gerenciar os interesses coletivos, beneficiando os mais ricos. No entanto, o texto não menciona essa incapacidade como causa direta da desigualdade, focando mais na estrutura histórica e econômica.

Alternativa B: Esta opção afirma que a desigualdade vem do estabelecimento de um corpo de leis que define como os bens sociais serão apropriados. Embora o texto mencione que "a ordem expressa nas leis reflete a configuração das forças históricas", ele não diz que as leis, por si só, são a causa da desigualdade.

Alternativa C: A alternativa sugere que o acúmulo de poder econômico em setores não sujeitos às pressões ético-políticas causa a desigualdade. No entanto, o texto discute a desigualdade como resultado de processos históricos e econômicos mais amplos, sem destacar especificamente a ausência de pressões ético-políticas.

Conclusão: A análise cuidadosa do texto e das alternativas mostra que a desigualdade social, conforme descrito, está ligada às "assimetrias históricas oriundas da divisão social do trabalho e da propriedade". Essa compreensão é crucial para desenvolver habilidades de interpretação de texto, fundamentais em provas de concursos.

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A sociedade é desigual porque a partilha do poder econômico gera diferenças históricas definidas pela divisão social do trabalho e da propriedade.

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GABARITO LETRA D 

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