Uma etapa fundamental no processo editorial e jornalístico ...

GABARITO: LETRA B

"O termo gatekeeper, que refere-se à pessoa que toma a decisão, foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin, num artigo publicado, em 1947, sobre as decisões domésticas com relação à compra de alimentos para casa. David Manning White (1993) foi o primeiro a usar o conceito ao jornalismo. White concebe o processo de produção da informação como uma série de escolhas em que o fluxo de notícias é filtrado, tem que passar por diversos portões (gates), que são áreas de decisão nas quais o jornalista (gatekeeper) seleciona se uma notícia vai entrar ou não. (...) Segundo White (1993), o processo de seleção é subjetivo e arbitrário, com as decisões dependendo muito de juízos de valor baseados no conjunto de experiências, atitudes e expectativas do gatekeeper."

Livro: Decidindo o que é notícia: os bastidores do telejornalismo. Alfredo Vizeu Jr. 5. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014. p.68-69

Nelson Traquina escreve na pág. 150, de Teoria do Jornalismo:

Neste teoria, o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por diversos gates, isto é, portões (...).

A conclusão de White é que o processo de seleção é subjetivo e arbitrário; as decisões do jornalista eram altamente subjetivas e dependentes de juízos de valor baseados no "conjunto de experiências, atitudes e expectativas do gatekeeper.

Questão didática, ótima para revisão!

Comando da questão: a respeito do verdadeiro conceito da teoria do gatekeeper:

A - Surgiu como uma forma de explicar que o processo de edição de uma notícia é determinado única e exclusivamente pelos anseios populares e pela relevância que a informação tem para o bem-estar social. 

Errado. A teoria do Gatekeeper tem como teoria central a presença da subjetividade como elemento primordial da tomada de decisão sobre o que será ou não a pauta pelos editores jornalísticos (os "guardiões dos portões") Assim, a decisão passa sobretudo por uma escolha subjetiva, de cunho pessoal, em detrimento de uma conscientização dos "anseios populares ou da relevância que a informação tem para o bem-estar social".

B - Estabelece a tese de que o processo de produção da informação é um processo de escolhas, no qual o fluxo de notícias tem que passar por diversos “portões” até a sua publicação. Entende que há intencionalidade no jornalismo e que o processo é arbitrário e subjetivo.

Correto.

C - Explica a importância da mídia comunitária de cunho local e popular, que possibilita o surgimento de uma nova modalidade de comunicação, centrada em editores independentes, que fogem ao estereótipo do editor da mídia corporativa, unicamente interessado em atender aos interesses particulares dos empresários da imprensa.

Errado.O conceito de gatekeeper não se relaciona com isso.

D - Esbarra nos limites da educomunicação, que não está organizada na figura de um editor, mas de todo um processo de comunicação organizado por educadores, que veem a comunicação como ferramenta primordial para o ensino, mas não para efeitos dos interesses corporativos da imprensa. 

Errado. Apesar do item não estar errado, ele não obedece ao comando da questão.