“O amor tornou-se um produto descartável.” (1º§) Tendo em vi...
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Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Tratorista |
Q2446235
Português
Texto associado
Amores descartáveis
O amor tornou-se um produto descartável. Um dos sociólogos mais respeitados da atualidade, o polonês Zygmunt
Bauman, escreveu o livro “Amor líquido”, que fala sobre a fragilidade dos laços humanos na atualidade. “A definição romântica
do amor como até que a morte os separe está decididamente fora de moda”, diz Bauman. “Uma cultura consumista como a
nossa favorece o produto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços
prolongados.” Construir uma relação exige esforço. Nossos avós viviam altos e baixos. Mas o casamento tinha um real sentido
de parentesco, e os cônjuges lutavam para superar os maus momentos. Hoje, um compromisso se tornou até uma limitação,
pois sempre pode haver uma oportunidade melhor no horizonte. E no primeiro espinho já se pensa na próxima relação.
As pessoas preferem relações de bolso, assim chamadas porque a pessoa pode lançar mão delas quando precisa. São
baseadas na simples disponibilidade dos parceiros e numa certa “química” de ambas as partes. Encontrar um amor é muito
mais perigoso: implica risco, pois não há garantias de felicidade. A recompensa, porém, é um vínculo intenso e duradouro.
Vinicius de Moraes toca no tema em seu “Soneto da fidelidade”: Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja
imortal posto que é chama / mas que seja infinito enquanto dure.
Pois é. Parece que a eternidade preconizada pelo poeta anda muito rápida. E, cada vez mais, as pessoas reclamam da
solidão.
(CARRASCO, Walcyr. Revista Época, outubro de 2011. Adaptado.)
“O amor tornou-se um produto descartável.” (1º§) Tendo em vista tal afirmação que inicia o texto, podemos afirmar que são
características específicas das relações amorosas e afetivas atualmente, EXCETO: