O verbo “admirar” é verbo transitivo direto na seguinte alte...

Eu marquei a alternativa B, mas para a banca a resposta é A. Sigo meio confuso em relação à B, pois a enxergo como transitiva direta. Explico:

(A) Então, defronte do espelho, pôde admirar o belo estado em que se achava

R.: CORRETO. Temos aqui um caso de bitransitividade, onde o verbo será transitivo direto (Objeto Direto) e transitivo indireto (objeto indireto). Como o enunciado não delimitou a uma oração apenas de transitividade direta, esse é o gabarito da banca e há, de fato, fundamentos pra dar a alternativa como correta.

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(B) Nós nos admiramos.

R.: FALSO (???). Essa é a parte na qual discordo, veja, quem admira algo/alguém, apenas admira. O verbo admirar é transitivo direto. Essa é a regra. Assim sendo, entendo que há um sujeito simples que age por um verbo direto em relação ao seu objeto direto. Seria o equivalente a dizer:

• Nós admiramo-nos;
• A gente se admirou.

Como essa era uma alternativa que possuía apenas transitividade direta, marquei-a como correta em detrimento da A.

Obs.: Pode parecer estranho, mas o pronome pessoal do caso reto não tem força atrativa de pronomes, apesar de recomendável.

Imagino que o examinador entendeu assim:

• pronomes oblíquos átonos são utilizados numa relação de objeto direto quando completa o sentido do Verbo Transitivo Direto (VTD);
• pronomes oblíquos tônicos são utilizados numa relação de objeto indireto quando completa o sentido do Verbo Transitivo Indireto (VTI).

A regra está certa, mas a aplicação não, ao meu ver.

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(C) Não admira que tenha ficado na miséria.

R.: FALSO. Por não haver outras referências textuais, interpreto a oração subordinada, ligada pela conjunção integrante, como subjetiva, ou seja, tem a função de sujeito.

• Isso não admira.

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(D) Admirou aos amigos sua tristeza.

R.: FALSO. Admirar aqui entrou realmente como um verbo transitivo indireto.

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Não sou professor de português e talvez esteja vendo além do que se precisa. Caso algum colega discorde, avise-me por gentileza para que possa corrigir e ajudar os demais concurseiros.

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Boa sorte e bons estudos.

CUIDADO!

Questão com dois gabaritos.

Inspecionemos os itens:

a) Então, defronte do espelho, pôde admirar o belo estado em que se achava.

Correto. Opondo-se à primeira impressão que se tem da estrutura, o verbo nessa acepção não é bitransitivo, mas apenas transitivo direto, exatamente o que o enunciado solicita. Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.36, sequer registra esse verbo regendo a preposição "em". Reitera-se: o verbo é somente transitivo direto, cujo complemento verbal direto se vê na estrutura "o belo estado em que se achava";

b) Nós nos admiramos.

Correto. Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.36, registra que o verbo "admirar", tendo sentido de "sentir admiração, surpresa ou espanto", é transitivo direto. Logo, esta opção de resposta também é genuína, ao contrário do que a banca fez ao desconsiderá-la;

c) Não admira que tenha ficado na miséria.

Incorreto. O verbo "admirar", na acepção de "causar admiração ou sentimento afim; surpreender; espantar", pode ser intransitivo ou transitivo indireto. No caso acima, é intransitivo. Esse é o ensinamento do professor Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência, p.36;

d) Admirou aos amigos sua tristeza.

Incorreto. Ainda evocando o abalizado professor Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.36: o verbo "admirar", no sentido de "causar admiração ou sentimento afim; surpreender; espantar", pode ser intransitivo ou transitivo indireto. No caso em tela, é transitivo indireto e rege a preposição "a".

Letras A e B

Resposta: alternativa a

A Então, defronte do espelho, pôde admirar o belo estado em que se achava

VTD OD

B Nós nos admiramos. = nós admiramos a nós mesmos ou nós admiramos uns aos outros, nos é reflexivo ou recíproco

OI VTI

C Não admira que tenha ficado na miséria.

VI sujeito

D Admirou aos amigos sua tristeza.

VTI OI