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Q2721578 Medicina

“A primeira coisa que a mãe Debbie Jorde observou em sua filha recém-nascida foi que seus braços estavam dobrados em ângulos não-naturais. Ela tinha outros problemas: uma fenda palatina, oito dedos, e ausência das pálpebras inferiores. A filha acabaria por ser diagnosticada com Síndrome de Miller, uma doença tão rara que os médicos há muito tempo tinham assumido que cada caso surge por mutação espontânea, em vez de ser transmitida através de famílias. O médico disse a Debbie que o risco de ter um segundo filho com a mesma síndrome era menos de um em um milhão. O médico estava errado, o filho de Debbie nascido 3 anos mais tarde, tinha as mesmas características de sua irmã.”

(Texto retirado de artigo da revista Nature. 478, 22-24, 2011)

Este é um dos primeiros casos do uso do sequenciamento completo do genoma (WES) para análise de uma família. O resultado do WES foi a identificação de uma mutação no gene DHODH. A partir do estudo dessa família, hoje se sabe que a Síndrome de Miller é decorrente de uma mutação única neste gene e apresenta um padrão de herança autossômico recessivo.

Sabendo-se que a mãe e o pai não eram afetados pela Síndrome de Miller, o risco do terceiro filho ser portador (não afetado) é de

Alternativas

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Alternativa correta: B - 50%

O tema central desta questão é a herança genética autossômica recessiva. Para resolver questões como esta, é essencial entender como as características genéticas são transmitidas de pais para filhos e como as probabilidades de herança funcionam em síndromes genéticas.

A Síndrome de Miller, mencionada no texto de apoio, é decorrente de uma mutação no gene DHODH e segue um padrão de herança autossômico recessivo. Isso significa que a síndrome se manifesta quando um indivíduo herda duas cópias mutadas do gene, uma de cada pai. Pais portadores têm uma cópia normal e outra mutada do gene, portanto, não são afetados, mas podem transmitir a mutação para seus filhos.

Quando ambos os pais são portadores, para cada filho:

  • Há uma chance de 25% de herdar duas cópias mutadas e ser afetado.
  • Há uma chance de 50% de herdar uma cópia normal e uma mutada, tornando-se um portador (não afetado).
  • Há uma chance de 25% de herdar duas cópias normais e ser não-portador.

No enunciado, a pergunta é sobre o risco do terceiro filho ser portador (não afetado). Assim, a resposta correta é 50%.

Justificativa das alternativas:

A - 25%: Esta alternativa corresponde à probabilidade de o filho ser afetado pela síndrome, não portador. Portanto, é incorreta.

B - 50%: Correta. Esta é a probabilidade de o filho ser portador, herdando uma cópia do gene mutado e uma cópia normal.

C - 67%: Incorreta. Não há suporte para essa proporção em cálculos de herança autossômica recessiva.

D - 75%: Incorreta. Esta seria a probabilidade combinada de o filho ser portador ou afetado, mas não apenas portador.

E - 100%: Incorreta. Isso indicaria certeza absoluta de ser portador, o que não se aplica em herança genética recessiva.

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A alternativa correta é: B) 50%.

JUSTIFICATIVA

A Síndrome de Miller apresenta um padrão de herança autossômico recessivo, o que significa que a doença ocorre quando o indivíduo herda duas cópias mutadas do gene DHODH, uma de cada genitor. Como os pais não são afetados pela síndrome, eles são portadores heterozigotos (carga genética: Aa), ou seja, possuem uma cópia saudável (A) e uma mutada (a).

Quando ambos os pais são portadores (Aa), a probabilidade genética de transmissão para os filhos é:

  • 25% (aa): Filho afetado pela síndrome.
  • 50% (Aa): Filho portador (não afetado).
  • 25% (AA): Filho saudável (não portador).

Portanto, a chance de o terceiro filho ser portador (Aa), mas não afetado, é 50%.

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS

[A]: Incorreta. 25% representa a probabilidade de o filho ser afetado (aa) pela Síndrome de Miller, não de ser portador.

[C]: Incorreta. A chance de um filho ser portador dado que ele não é afetado seria 67%, mas isso não é o que a questão pede.

[D]: Incorreta. 75% é a soma das probabilidades de o filho ser portador (50%) e saudável (25%), o que não corresponde à pergunta sobre ser portador especificamente.

[E]: Incorreta. 100% seria a probabilidade de todos os filhos serem portadores, mas isso não é verdade no padrão de herança autossômico recessivo, onde há variabilidade na probabilidade de transmissão.

EM RESUMO

O risco de o terceiro filho ser portador (heterozigoto) da mutação no gene DHODH é 50%, com base no padrão de herança autossômico recessivo.

PONTOS CHAVE

◊ A herança autossômica recessiva requer duas cópias mutadas para manifestação da doença.

◊ Pais portadores têm 50% de chance de transmitir a mutação como heterozigoto para os filhos.

◊ O cálculo da probabilidade depende da carga genética dos pais e do padrão de herança da doença.

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