Yves Lacoste, em seu livro “A Geografia: isso serve, em pri...

Alternativa correta: A

Yves Lacoste, em sua obra "A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", critica o que ele chama de "Geografia dos Professores". Segundo Lacoste, essa visão da geografia ensinada nas escolas muitas vezes despe-a de qualquer utilidade prática, escondendo seu caráter prático e ideológico.

Vamos entender melhor o porquê disso:

A obra de Lacoste faz uma crítica importante à maneira tradicional de ensinar geografia, que ele acredita estar desconectada da realidade prática e do uso estratégico que pode ter. Ele argumenta que o ensino da geografia, como é comumente realizado, muitas vezes não mostra aos alunos como o conhecimento geográfico pode ser um instrumento de poder e manipulação ideológica.

Agora, vamos analisar as alternativas uma a uma:

Alternativa A: despe-os de qualquer utilidade, escamoteando seu caráter prático e ideológico.

Essa alternativa está correta porque reflete precisamente a crítica de Lacoste. Ele acredita que a "Geografia dos Professores" banaliza o conhecimento geográfico, não mostrando sua aplicabilidade prática e seu potencial ideológico.

Alternativa B: enaltece-os ao extremo, inclusive sobrepondo-os às demais ciências e áreas do conhecimento.

Essa opção está incorreta porque Lacoste não argumenta que a geografia é enaltecida; pelo contrário, ele critica a maneira como é ensinada, sugerindo que é tratada de forma superficial e sem relevância prática.

Alternativa C: evidencia-os como instrumento de poder, a serviço primordialmente dos estados-maiores.

Embora Lacoste reconheça o uso da geografia como um instrumento de poder, essa opção está incorreta porque a crítica principal é sobre a ausência dessa perspectiva prática e ideológica no ensino escolar, e não que essa utilização seja evidenciada nas salas de aula.

Alternativa D: desvela-os de seu caráter imagético, capaz de criar preconceitos sobre os lugares não conhecidos.

Essa alternativa também está incorreta. Lacoste não foca sua crítica no caráter imagético da geografia, mas em como a geografia escolar esconde seu potencial prático e ideológico.

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