O emprego de um sufixo pode conferir valor semântico ao voc...

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Q618664 Português
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
     Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma? 
     Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar? 
     Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça. Perseguir. 
     Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos gente. 
    Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas, abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
    Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir, sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um turista. Abra portas. E páginas.
      Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante. Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às vezes a gente se esquece de se alimentar direito.  
O emprego de um sufixo pode conferir valor semântico ao vocábulo refletindo juízos, valoração. Assim, dentre as palavras abaixo, assinale a única cujo sufixo explicita um sentido crítico:
Alternativas

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Tema Central da Questão:

Esta questão aborda o valor semântico adicionado por sufixos em palavras, destacando como esses sufixos podem expressar juízos ou críticas. Para resolvê-la, é necessário compreender o papel dos sufixos na formação de palavras e como eles podem modificar ou especificar o significado de um termo, conferindo um tom crítico ou valorativo.

Alternativa Correta:

E - “modismos”

A palavra "modismos" é formada pelo sufixo "-ismo", que frequentemente é utilizado para indicar doutrinas, sistemas ou movimentos, mas também pode carregar um sentido crítico ou pejorativo. No contexto do texto, "modismos" implica uma crítica às tendências passageiras ou superficiais, que seriam vistas de forma negativa ou como algo a ser evitado.

Justificativa das Alternativas Incorretas:

A - “sobrevivência”

A palavra "sobrevivência" possui o sufixo "-ência", que indica estado, condição ou qualidade. Não há um sentido crítico associado a esse sufixo; ele apenas descreve a condição de continuar a existir.

B - “melancólica”

"Melancólica" é formada com o sufixo "-ica", que transforma substantivos em adjetivos, indicando relação ou pertencimento. Este sufixo não implica crítica; apenas descreve um estado emocional, neste caso, de tristeza ou introspecção.

C - “geladeira”

O sufixo "-eira" em "geladeira" é usado para designar objetos ou utensílios, neste caso, um eletrodoméstico usado para conservar alimentos. Não há qualquer valoração crítica associada a este sufixo, apenas uma função prática.

D - “obrigatório”

O sufixo "-ório" em "obrigatório" é utilizado para formar adjetivos que indicam relação com dever ou necessidade. Ele descreve uma qualidade de ser necessário ou mandatório, sem conotação crítica.

Conclusão:

A alternativa E é a correta porque o sufixo "-ismo" em "modismos" carrega um valor crítico, enquanto os sufixos das outras palavras apenas descrevem estados, condições ou funções sem juízo de valor.

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Comentários

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Boa tarde! Não entendi, alguém pode explicar? Obrigada!

-ISMO

Este sufixo possui ao menos seis possibilidades de significado: Fenômeno Linguístico, Sistema Político, Religião, Doença, Esporte, Ideologia, entre outros. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o fato de ter um mesmo morfema não garante que haja uma mesma interpretação da palavra em si.

 

http://portuguesetal.blogspot.com.br/2014/01/sufixo-ismo.html

Achei a resposta pelo contexto dos parágrafos. Já que a questão cita onde as palavras são encontradas entendi que deveria voltar ao texto. Na minha interpretação, somente "modismos" expressa uma crítica no seu contexto.

Tem que fazer a leitura do texto para entender.

 

não entendi!

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