No último parágrafo, o narrador observa que, apesar de um p...
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Ano: 2025
Banca:
JVL Concursos
Órgão:
Prefeitura de Ribeiro Gonçalves - PI
Provas:
JVL Concursos - 2025 - Prefeitura de Ribeiro Gonçalves - PI - Assistente Social
|
JVL Concursos - 2025 - Prefeitura de Ribeiro Gonçalves - PI - Psicólogo |
Q3305218
Português
Texto associado
“O mato”
Nas cercanias de um bairro antigo, há um terreno
baldio coberto por uma profusão de plantas silvestres. De
longe, parece apenas um emaranhado confuso de mato;
mas, ao se aproximar, percebe-se a imensa variedade de
folhas, flores e caules que ali brotam.
O narrador, ao passar diante daquele terreno,
sente um misto de curiosidade e encanto. Observa que,
mesmo num espaço urbano, a natureza resiste e insiste
em surgir onde há descuido ou abandono humano.
Em meio aos arbustos, vislumbra borboletas e
até alguns pássaros de pequeno porte, que ali encontram
abrigo ou alimento. O lugar, antes visto como mero
símbolo de desordem, revela-se também habitat de vida
pulsante.
Através de lembranças de infância, o narrador
recorda quando explorava terrenos semelhantes para
caçar vagalumes ou catar frutas caídas. Nesses devaneios,
percebe o quanto a cidade se transforma, mas o mato
continua a brotar, teimoso e gratuito.
Às vezes, o mato é arrancado ou queimado para
dar lugar a construções. Porém, enquanto não surgem
paredes e cimento, a vegetação retorna, num ciclo quase
inevitável. Para o narrador, essa força silenciosa contrasta
com a pressa e a artificialidade urbanas.
Ele considera o mato um lembrete de que a
natureza não se rende facilmente: uma semente esquecida
pode florescer, um espaço vazio pode se tornar um
refúgio verde. E, nesse contraste, identifica uma forma de
poesia espontânea.
Há quem passe pelo lugar e o considere feio ou
sujo. Outros sentem receio de bichos ou insetos que
possam viver ali. O narrador, entretanto, enxerga a beleza
que se esconde nos detalhes, nas cores e movimentos.
Ao final, ele reflete sobre a finitude das coisas.
Sabe que um dia o terreno será comprado, murado ou
transformado em prédio. Mas, até lá, aquele mato
continuará existindo como testemunha da vitalidade que a
natureza mantém, mesmo em meio ao concreto.
Fonte: “O mato”, Rubem Braga. (Adaptado)
No último parágrafo, o narrador observa que, apesar
de um possível futuro empreendimento, “até lá, aquele
mato continuará existindo”. Que conclusão essa
passagem sugere?