Dos fragmentos do texto transcritos abaixo, aquele em que f...

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Q1123175 Português

                          LEMBRANÇA E ESQUECIMENTO


      “Como é antigo o passado recente!" Gostaria que a frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues numa crônica de "A Menina sem Estrela". Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e turbulento que é o tempo da vida. Não são poucas as vezes em que me volto para algum acontecimento acreditando que ele ainda é atual e descubro que ele faz parte do passado para outros. Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me a eventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos me olham como se eu falasse da Idade Média... E eu nem contei para eles que andei de bonde!

      A distância entre nós não é apenas uma questão de gerações. Eles nasceram em um mundo já transformado pela tecnologia e pela informática. Uma transformação que começou nos anos 50 e que não nos trouxe somente mais eletrodomésticos e aparelhos digitais. Ela instalou uma transformação radical do nosso modo de vida.

      Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego, de andar na rua e de se locomover pela cidade. Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...

      Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda, ele não tem volta. Não se pode ter a experiência dele nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só podemos compartilhar o tempo atual. Não podemos compartilhar um tempo que, para eles, é passado, mas, para mim, ainda é presente. Os fatos de 30 anos atrás não são passado na minha vida. Para mim, meu passado não passou e minha história não envelhece. Minha memória pode alcançar os acontecimentos que vivi a qualquer momento, e posso revivê-los como se ocorressem agora. Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode, como eu, vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, são contos o que para mim é vida.

      Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transformando em palavras o que hoje é ação. Se não forem narrados, os acontecimentos e os nossos feitos passam sem deixar rastros. Faladas ou escritas, são as palavras que salvam o já vivido e o conservam entre nós. Salvam os feitos e os acontecimentos da sua total desintegração no esquecimento.

      A memória do já vivido e a sua narração numa história é o que possibilita a construção da História e das nossas histórias pessoais. Só os feitos e os acontecimentos narrados em histórias são capazes de salvaguardar nossa existência e nossa identidade.

      Só conservados pela lembrança é que os feitos e os acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte de um passado. Recente ou antigo.

(CRITELLI, Dulce. In cronicasbrasil.blogspot.com/search/ label/Dulce%20 Critelli) 

Dos fragmentos do texto transcritos abaixo, aquele em que foi empregado o recurso estilístico designado como paralelismo sintático é:
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GABARITO: LETRA D

? ?Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...? (3º §)

? O paralelismo sintático é constituído por uma estrutura sintática realizada de forma semelhante, observa-se que a preposição "de" foi repetida para marcar o paralelismo sintático, primeiramente, somente o uso da preposição e logo após o uso da preposição + artigo definido.

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Gab: D

>> Paralelismo sintático consiste em uma sequência de estruturas sintáticas que são semelhantes ou possuem o mesmo valor sintático. Esse recurso é utilizado para conferir clareza, objetividade e precisão ao discurso.

>> “Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...”

O paralelismo faz a referência a funções gramaticais e semânticos que compõem uma oração. O objetivo deste recurso lingüístico é aprimorar a coerência, a coesão e a compreensão textual, promovendo uma legibilidade agradável.

O paralelismo, de modo genérico e amplo, significa repetição. Note que na alternativa D repetiu-se diversas vezes a preposição "de".

Letra D

D

Foi empregado o paralelismo sintático em.”

A - “Gostaria que a frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues numa crônica de 'A Menina sem Estrela'.” – Aqui temos frases coerentes que não se valem de paralelismo, são estruturas distintas que se unem sem harmonia sintática. 1º “Gostaria” (Oração Principal) /”que a frase fosse minha” (Oração S.S. Objetiva Direta)/, “mas ela é de Nelson Rodrigues numa crônica de 'A Menina sem Estrela'.” – Oração Coordenada S. Adversativa. Note que não há paralelismo, pois o “mas” conecta subordinação à coordenação;

B - “Não são poucas as vezes em que me volto para algum acontecimento acreditando que ele ainda é atual e descubro que ele faz parte do passado para outros.” – Essas orações se unem em completa desarmonia, repare: 1º - “Não são poucas as vezes” – (Oração Principal)/ 2º “em que me volto para algum acontecimento” (Or. Sub. Adjetiva Restritiva) / 3º - “acreditando” (Oração Principal)/4º - “que ele ainda é atual” (Or. Sub. Subs. Obj. Direta)/ 5º - “e descubro” (Oração Coordenada S. Adversativa)/6º - “que ele faz parte do passado para outros.” (Or. Sub. Subs. Obj. Direta);

C - “E eu nem contei para eles que andei de bonde!” – Aqui também há quebra no paralelismo, pois os dois objetos são de estruturas distintas: “para eles” (objeto indireto simples) e  “que andei de bonde” (Or. Sub. Subs. Objetiva Direta);

D - “Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...” – É evidente o paralelismo ao enumerar as orações sub. adjetivas restritivas reduzidas de infinitivo “de escrever, de estudar, de morar e de se divertir” – todas no infinitivo, todas preposicionadas. Como também nas subsequentes: “Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...”

E - “Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transformando em palavras o que hoje é ação.” – Essa frase está toda quebrada. Na 1º oração, temos: Esse “mas” não é adversativo, é apenas enfático, expletivo, pode ser dispensável. É expletiva também a expressão “é que”, logo, tiramos as duas e ficaria assim: “Assim corre o rio da vida dos homens” (Oração Principal)/ 2º “transformando em palavras o que hoje é ação.” (Oração S. S. Apositiva Red. de Gerúndio). Dentro da oração apositiva, vemos a quebra de paralelismo: O objeto indireto simples (em palavras) e o objeto direto (o) com uma oração adjetiva associado a ele (que hoje é ação).

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