Paciente do sexo feminino, 68 anos, etilista, em situação de...
Paciente do sexo feminino, 68 anos, etilista, em situação de rua. Vem ao Pronto Socorro com febre alta e cefaléia, rebaixamento de nível de consciência, rigidez de nuca e Kernig positivo. Sobre a conduta com a paciente, assinale a alternativa incorreta.
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O tema central da questão envolve o manejo inicial de um paciente com suspeita de meningite bacteriana, destacando-se a importância de conhecimentos em anamnese, diagnóstico diferencial e condutas terapêuticas em emergências médicas. A paciente apresenta sintomas típicos de meningite, como febre alta, cefaleia, rebaixamento de consciência, rigidez de nuca e sinal de Kernig positivo. A questão pede que se identifique a conduta incorreta no atendimento dessa paciente.
Alternativa Correta: E
A alternativa E está incorreta porque a dexametasona é recomendada para ser iniciada antes ou junto com a primeira dose de antibióticos em casos de suspeita de meningite bacteriana, particularmente para prevenir complicações associadas ao S. pneumoniae. O benefício do uso de dexametasona não se restringe apenas à confirmação microbiológica da etiologia pneumocócica. Iniciar a dexametasona somente após a confirmação pode atrasar o tratamento adjuvante adequado.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - A precaução para gotículas é uma medida correta, visto que a meningite meningocócica é altamente contagiosa. Portanto, essa conduta está correta.
B - Realizar tomografia antes da punção lombar é prudente em casos de suspeita de edema cerebral ou desvio de linha média, para evitar complicações como herniação cerebral. Logo, essa conduta está correta.
C - Iniciar terapia empírica com ceftriaxona e ampicilina é uma prática comum e recomendada no tratamento de meningite bacteriana, com a adição de vancomicina em regiões com resistência conhecida. Esta alternativa está correta.
D - Desescalonar para penicilina cristalina é apropriado quando o S. pneumoniae apresenta sensibilidade à penicilina, conforme indicado pelo baixo MIC. Assim, essa conduta está correta.
Em resumo, a alternativa E é a única incorreta, pois sugere uma conduta inadequada ao atraso do uso da dexametasona.
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A ALTERNATIVA CORRETA É:
E - Deve-se aguardar confirmação por látex ou microbiológica de etiologia pneumocócica antes de iniciar dexametasona adjuvante, já que o benefício desta se restringe à etiologia citada.
Esta afirmativa está incorreta. O benefício da dexametasona no tratamento de meningite bacteriana é estabelecido independentemente da confirmação microbiológica inicial, especialmente em casos suspeitos de meningite pneumocócica. A dexametasona é administrada logo após o início dos antibióticos, antes da confirmação microbiológica, pois reduz a mortalidade e as sequelas neurológicas em casos de meningite por Streptococcus pneumoniae.
ANÁLISE DAS DEMAISALTERNATIVAS
- A - Deve-se realizar o atendimento em situação de precauções para gotículas, dado o risco de etiologia meningocócica: Este é um procedimento correto, já que a meningite meningocócica é uma infecção altamente transmissível por gotículas respiratórias. Precauções para gotículas devem ser adotadas até a exclusão dessa possibilidade.
- B - Deve-se realizar tomografia computadorizada antes de coleta de líquor e evitar punção em situação de grande edema cerebral e desvio de linha média: Este é um procedimento adequado. A tomografia deve ser realizada antes da punção lombar em pacientes com sinais de aumento de pressão intracraniana, como desvio de linha média ou grande edema cerebral, para evitar complicações graves como hérnia cerebral.
- C - Deve-se iniciar terapia empírica com ceftriaxona + ampicilina, sendo o acréscimo de vancomicina considerado caso dados da região apontem para existência de pneumococos de alta resistência à penicilina e cefalosporinas de 3ª geração: Esta conduta está correta. A terapia empírica deve incluir ceftriaxona + ampicilina para cobrir os agentes mais comuns de meningite bacteriana, e o acréscimo de vancomicina é indicado em regiões com resistência a pneumococos.
- D - Caso os exames microbiológicos apontem para S. pneumoniae com MIC para penicilina de 0,0625, deve-se deescalonar o esquema para penicilina cristalina: Esta conduta também é correta. Caso a resistência do pneumococo à penicilina seja baixa (MIC de 0,0625), é possível deescalonar o tratamento para penicilina cristalina, que é um antibiótico mais específico e menos amplo.
EM RESUMO
A alternativa E está incorreta, pois a administração de dexametasona deve ser iniciada precocemente em meningites bacterianas suspeitas de etiologia pneumocócica, independentemente da confirmação microbiológica. O benefício da dexametasona é comprovado e deve ser dado o mais rapidamente possível junto com os antibióticos empíricos.
PONTOS CHAVE
- Precauções para gotículas em caso de meningite meningocócica até confirmação do agente.
- Tomografia antes da punção lombar se houver sinais de hipertensão intracraniana.
- Terapia empírica inicial inclui ceftriaxona + ampicilina, com acréscimo de vancomicina se necessário.
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