No primeiro parágrafo, o uso do recurso gráfico dos parêntes...

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Q1912449 Português
 A questão refere-se ao texto abaixo.

Hoje talvez não seja tão intenso, pois, se o celular pegar, distraímo- -nos com ele. Mas antes, ao esperar o elevador, nada havia a fazer senão ler e reler aquele aviso, em letras brancas sobre fundo preto, ou vice-versa, coberto por uma moldura de acrílico – “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Assombrado, ameaçador, algo ininteligível pesava sobre a duração daquela espera, acompanhando até o “térreo” (outra palavra estranha) quem afinal se aventurar a entrar.

O Mesmo. Aqui, neste andar. Sim, antes de entrar. Verifique. A imprecisão em relação ao sujeito da frase (o elevador ou o “mesmo”?); o fato de que coisas demais são ditas sobre um maquinismo (“verifique se está parado” é quase temer que fuja de repente); a linguagem burocrática, sem molejo, mas em situação privada, onde estávamos quase sempre sozinhos, ou seja: dirigida, como em alguns textos de Kafka, diretamente a você; a lembrança mórbida de acidentes horrorosos (de gente que caiu em poços de elevador, como Anecy Rocha) – tudo isso dava um tom zicado à espera. Reproduzida por força da lei estadual de 11 de março de 1997, presente portanto em todos os andares de inúmeros prédios do estado de São Paulo, a própria repetição infindável alavancava o mistério e “mesmidade” da frase, gerando aos poucos um longo histórico de debates e comentários na internet, e até uma comunidade virtual – “Eu tenho medo do Mesmo” (com maiúscula).

Pessoalmente, tenho mesmo muito medo dele. Não sei onde começa nem onde termina, e detesto, particularmente, sua potência de disfarce, infiltrando-se em tudo como um penetra de festas profissional, sem nunca dizer o nome. [...]. Confunde-se, nesse sentido, com o tema, provavelmente complementar, da espera – o tenente Giovanni Drogo, em O deserto dos tártaros, de Dino Buzzati [...]. Ou, ainda, Bill Murray, no Feitiço do tempo (Groundhog day, 1993), em que a personagem fica presa num dia infindável, repetido a cada manhã, e do qual não consegue escapar nem sequer através do suicídio (suicida-se, de fato, dezenas de vezes) – até apaixonar-se (e ser correspondido) por sua colega de trabalho (Andie MacDowell).

RAMOS, Nuno. Verifique se o mesmo. São Paulo: Todavia, 2019 (adaptado).
No primeiro parágrafo, o uso do recurso gráfico dos parênteses em “(outra palavra estranha)” foi usado com a mesma finalidade em
Alternativas

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A alternativa correta é a A.

Tema central da questão: A questão aborda o uso dos parênteses como recurso gráfico no texto. Para resolvê-la, é necessário entender como os parênteses são utilizados para adicionar informações complementares ou comentários, e como isso se relaciona com a expressão de ideias ou explicações adicionais dentro de um texto.

Justificativa da alternativa correta (A): A frase (“verifique se está parado” é quase temer que fuja de repente) usa os parênteses para introduzir uma reflexão ou comentário do autor sobre a expressão que antecede os parênteses. Neste caso, o uso dos parênteses expande a ideia de que a frase possui um tom exagerado, quase como se se temesse que o elevador pudesse se mover inesperadamente. Isso é semelhante ao uso em (outra palavra estranha), onde o autor faz uma observação pessoal sobre a palavra "térreo".

Por que as outras alternativas estão incorretas:

B - (de gente que caiu em poços de elevador, como Anecy Rocha): Esta alternativa usa parênteses para introduzir um exemplo específico, servindo para ilustrar uma ideia concreta, e não para fazer um comentário reflexivo ou pessoal, como em (outra palavra estranha).

C - (com maiúscula): Aqui, os parênteses são usados para fornecer uma informação técnica sobre a formatação do texto, sem o caráter de reflexão pessoal ou comentário sobre o conteúdo das palavras.

D - (suicida-se, de fato, dezenas de vezes): Esta construção usa os parênteses para adicionar um detalhe factual à narrativa, diferente de fazer uma observação ou comentário subjetivo sobre a linguagem ou as palavras.

E - (e ser correspondido): Os parênteses neste caso são usados para acrescentar uma condição que completa a ideia antecedente, sem a intenção de criar uma reflexão ou observação pessoal sobre a palavra ou expressão em si.

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Comentários

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não entendi

Entendi que é como se a autora estivesse falando o que pensa do que está escrevendo. No tópico da questão: térreo (outra palavra estranha)...

Então raciocinei que teria que ter uma passagem similar a esta.

Mas também achei confusa.

Entendi nada

A

responde esta questao pelo mesmo pensamento da , Thays Nogueira.

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