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Q1704978 Psicologia
Exemplo clínico: Márcia e seu marido, Fernando, estavam entre os dez primeiros pacientes da COVID19 na cidade. Fernando começou a ter febre, tosse e dificuldade para respirar. Faleceu após cinco dias de internação em uma unidade de terapia intensiva (UTI) como caso possível de COVID-19, diagnóstico confirmado posteriormente. Márcia não pode vê-lo nem falar com ele durante a internação, pois ela também estava em isolamento, mas com sintomas leves. Sua última lembrança do marido vivo é Fernando acenando com a mão enquanto a enfermeira o conduzia pelo corredor do hospital. O enterro durou 20 minutos, com caixão lacrado e sem velório e apenas um dos irmãos de Fernando esteve presente, pois Márcia ainda estava em isolamento. Após o enterro, Márcia sentiu um grande vazio. Durante algum tempo, alternava períodos em que chorava muito, não conseguia dormir e ficava lembrando de momentos passados com Fernando. Quando tinha energia, via fotos, andava e acariciava os dois cachorros que ela e o marido haviam adotado. Os sentimentos variavam entre as boas lembranças e culpa pela possibilidade de ter sido responsável pela contaminação dele pelo vírus. Por isso sentia vergonha dos sogros por pensar que eles a culpavam pelo acontecido ou por ele ter morrido e não ela. Apenas depois de algumas semanas, retomou o contato com alguns amigos e familiares pelas redes sociais. Voltou gradualmente a fazer os serviços de casa e conseguiu voltar a trabalhar e superar as dificuldades financeiras causadas pelas várias semanas que ficou praticamente sem renda. Conseguiu arrumar armários e doar os pertences de Fernando a uma instituição, mantendo alguns para si e para doar para amigos e familiares algumas peças especiais. Relatou à mãe que se sentia uma pessoa privilegiada por ter sido casada com alguém tão especial. Sabe que não será fácil, mas devagar quer seguir em frente com a sua vida.

(Elaborado por Maria Cristina de Oliveira Santos e Miyazaki Maycoln Teodoro na publicação LUTO, da Sociedade Brasileira de Psicologia) 
O SUS e a Reforma Psiquiátrica brasileira, assim como o SUAS, criaram dispositivos de cuidado e atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas, nos quais diferentes profissionais, entre eles psicólogas(os), trabalham tendo como princípio básico a defesa dos direitos humanos e como diretriz a ampliação da autonomia e da participação social dos usuários. Analise as afirmativas abaixo e assinale a incorreta:
Alternativas

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A alternativa E é a correta, pois é a única que apresenta uma informação incorreta sobre o tema das políticas públicas de proteção e promoção à saúde no contexto da atenção aos usuários de álcool e outras drogas.

Vamos analisar cada alternativa para compreender os motivos:

A - A alternativa correta descreve a atuação integrada e multidisciplinar das equipes nos dispositivos de cuidado, orientadas pela lógica da clínica ampliada. A clínica ampliada busca integrar diferentes pontos da rede de saúde e socioassistencial, promovendo um atendimento mais coeso e abrangente, o que está totalmente alinhado com os princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica.

B - A lógica da clínica ampliada realmente procura romper com visões fragmentadas e reducionistas do atendimento, reconhecendo a capacidade do indivíduo de mobilizar recursos para superar sua condição. Essa abordagem aumenta a autonomia do usuário, empoderando-o ao invés de colocá-lo em uma posição de submissão.

C - Esta alternativa está correta ao afirmar que, ao valorizar a história de vida do indivíduo, a clínica ampliada amplia o método clínico tradicional. Isso acontece ao integrar elementos que vão além da mera observação empírica e tratamento psiquiátrico, valorizando aspectos subjetivos e sociais da vida do usuário.

D - O matriciamento, ou apoio matricial, é, de fato, uma estratégia destacada nas políticas de atenção a usuários de drogas. Proposto por Campos, o matriciamento busca oferecer suporte técnico-pedagógico para equipes que atuam na atenção básica, integrando diferentes campos do conhecimento.

E - Esta alternativa está incorreta. A ação terapêutica do apoio matricial realmente se ancora no acolhimento e na escuta, porém, a institucionalização não é um dos pilares do apoio matricial proposto por Campos. Em vez disso, o apoio matricial busca evitar a institucionalização desnecessária, focando na redução de danos e no fortalecimento de vínculos, proporcionando uma atenção integral que respeita a autonomia do usuário.

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Comentários

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Gabarito E.

A institucionalização é usada apenas em ultimo caso.

Entrementes, a redação dessa alternativa B por causa desse pronome relativo "que" me deixou confuso hahaha,não sei se falava da clinica ampliada ou da visão fragmentada de atendimento.

Edit: depois de estudar pronomes relativos....essa questão deveria ter sido anulada.

O texto associado nao tem relação com a questão.

Gente a letra C tá errada tambem ! eu entraria com recurso

"Ao valorizar a história de vida do indivíduo, amplia-se o método clínico tradicional"

como assim????

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