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Q3058973 Português
O português de Portugal está ficando mais brasileiro?


   “Grama”, “geladeira”, “dica”. Essas e outras palavras e expressões “brasileiras” têm se tornado cada vez mais comuns no vocabulário dos portugueses, segundo linguistas e estudiosos do tema. Elas são usadas principalmente por crianças e adolescentes, que seguem com assiduidade influencers e youtubers do Brasil nas redes sociais. Mas os portugueses mais velhos também são pegos cada vez mais cometendo “brasileirismos”, em uma tendência que começou na década de 1970 com a influência das novelas importadas do Brasil para Portugal e que foi potencializada nos últimos anos por conteúdos nas redes sociais.

  Fernando Venâncio, linguista português, identificou algumas dessas palavras em seu livro O Português à Descoberta do Brasileiro. Muitas delas, segundo ele, já são usadas em Portugal há algumas décadas. "Um brasileiro, por exemplo, anuncia a pergunta que vai fazer com 'será que'. Isto não existia no português de Portugal nesta modalidade", diz.

   O linguista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Xoán Lagares, nota ainda a influência da variante brasileira na omissão do artigo em determinados contextos e em certas questões de colocação pronominal. O especialista explica que na variante europeia a omissão do artigo com possessivo só é possível em poucos contextos, segundo a tradição normativa local. O comum, portanto, seria dizer coisas como "a minha casa", "vou-te dar o meu endereço" ou "a minha vida". Já no português brasileiro, o uso é mais variável, e expressões "minha casa", "vou te dar meu endereço" e "minha vida" são aceitas. No entanto, recentemente, o formato usado no Brasil tem sido observado também em Portugal.

   Ao contrário do que muita gente acredita no Brasil, o uso da palavra “você” também já era muito comum em Portugal. Segundo Graça Rio-Torto professora catedrática de Linguística da Universidade de Coimbra a palavra especialmente no singular ocupa dois extremos. Ao mesmo tempo em que é muito usada por portugueses menos escolarizados e de zonas mais rurais do país, também está presente entre a classe alta. Alguns linguistas também classificam a expressão como "um meio-termo" entre “o senhor” ou “a senhora” e o “tu”, em termos de formalidade.

   Para algumas pessoas, seu uso por portugueses ainda pode ser considerado rude ou uma forma de inferiorizar alguém. "Pode ser uma marca um bocadinho desrespeitosa por parte de um falante culto. Eu, por exemplo, nunca me dirigiria a um aluno com 'você'", diz a professora da Universidade de Coimbra.


BBC News Brasil. Adaptado.
Assinalar a alternativa em que, caso retirássemos a vírgula, haveria mudança de função sintática. 
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Vamos analisar a questão sobre pontuação, que se concentra em como a remoção de uma vírgula pode alterar a função sintática de uma frase. A habilidade central aqui é entender o papel das vírgulas na delimitação de elementos dentro de uma oração.

Alternativa correta: D - "Minha irmã, que mora em São Paulo, é gerente."

Nesta alternativa, a vírgula está isolando uma oração subordinada adjetiva explicativa ("que mora em São Paulo"). A função deste tipo de oração é adicionar uma informação adicional sobre o sujeito, que, neste caso, é "minha irmã". Se retirarmos as vírgulas, a oração se torna adjetiva restritiva, alterando o sentido original para indicar que a "minha irmã" a que se refere a frase específica é apenas aquela que mora em São Paulo, alterando assim a função sintática de explicativa para restritiva.

Alternativas incorretas:

A - "Decidimos que, à noite, verificaremos a situação."

Aqui, a vírgula está separando um adjunto adverbial ("à noite"). Caso a vírgula fosse removida, a função sintática do adjunto adverbial não mudaria, apenas estaria menos destacada na frase.

B - "O negócio, dona Maria, é que eu não aguento mais!"

Nesta frase, "dona Maria" é um vocativo, usado para chamar a atenção do interlocutor. A remoção das vírgulas não alteraria a função sintática, pois "dona Maria" permaneceria sendo um vocativo.

C - "Ao longo do dia, vamos conferir as provas."

Assim como na alternativa A, a vírgula está separando um adjunto adverbial ("Ao longo do dia"). A retirada da vírgula não alteraria a função sintática do adjunto, apenas sua destacabilidade.

Em resumo, a questão requer que se identifique onde a vírgula está essencial para manter a função sintática original da expressão isolada. A única alternativa que, ao remover a vírgula, altera a função sintática é a D.

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Comentários

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Resposta letra D, pois trata-se de uma oração subordinada explicativa. Caso as vírgulas fossem retiradas, se transformaria em restritiva, alterando a sintaxe do termo. O mesmo não ocorre nos demais casos.

Em "O negócio, dona Maria, é que eu não aguento mais!" Se a vírgula for retirada, a frase se tornaria "O negócio dona Maria é que eu não aguento mais!", o que mudaria a interpretação da frase, já que "dona Maria" deixaria de ser um vocativo (chamando a pessoa) e passaria a ser interpretada como parte do sujeito?

Juro que a justificativa anterior trouxe a mesma dúvida que eu tive.

A alternativa correta é:

B. O negócio, dona Maria, é que eu não aguento mais!

Retirando as vírgulas em torno de "dona Maria", essa expressão deixa de ser um vocativo e passa a ser um aposto de "o negócio", alterando sua função sintática

Para mim seria a letra B, POIS DONA MARIA passaria a ser sujeito.

No caso da letra D ambas são orações adjetivas, porém uma seria explicativa e outra restritiva .

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