Em “Como, minha senhora, de quem é que é o saco?, a express...

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Q1921051 Português

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Cordão dos come-saco

Em Londres, que ultimamente não tem sido uma capital das mais britânicas (ou talvez os britânicos é que não sejam tão londrinos assim, sei lá), vai se inaugurar uma exposição internacional de embalagem. Até aí, tudo normal, como dizem os anormais. Há, no entanto, uma nova indústria que se fará representar nessa exposição, que está causando a maior curiosidade: a dos sacos comestíveis. 
Como, minha senhora, de quem é que é o saco? Calma, madama, eu já chego lá. A indústria foi inspirada na salsicha e isto dito assim fica meio sobre o jocoso, mas torno a explicar que, com vagar, se chega ao saco. É o seguinte: não sei se vocês já repararam que as salsichas, ultimamente, não têm mais aquela pele indigesta que a gente comia antigamente e ficava trocando seu reino por um bicarbonato. Hoje em dia, a pele das salsichas é fininha, e a gente come sem o menor remorso estomacal posterior.

Pois essa pelinha, irmãos, é de matéria plástica comestível. Foi inventada por um Thomas Edison das salsichas e aprovou num instante. E baseada nessa aprovação é que uma fábrica de embalagens estudou a possibilidade de fazer sacos para carregar comida das mercearias para o lar, capazes de serem comidos, isto é, um saco de matéria plástica parecida com o das salsichas, que seriam vendidos aos armazéns e utilizados pelos fregueses para transportar a mercadoria comprada. Entenderam, ou tem leitor retardado mental?

Agora, que fica bacaninha, isto fica. Num instante vão aparecer os estetas dos refogados, para melhor aproveitamento do saco (...), e os jornais , nas suas seções dominicais de culinária, terão títulos como este: “Saquinho de siri”, “Saco au champignon”, “Saco à la façon du chef”, etc, etc. 

E parece até que aqui o neto do Dr. Armindo está vendo uma dessas grã-finas, sempre mais preocupadas com o aspecto exterior do que com o aspecto interior, fazendo um rigoroso regime alimentar e dizendo para a empregada, quando esta volta do mercadinho com as compras:

- Para mim não precisa preparar almoço, não. Eu como só o saco. 

PONTE PRETA, Stanislaw

Em “Como, minha senhora, de quem é que é o saco?, a expressão destacada foi isolada por vírgulas para separar: 
Alternativas

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Vamos analisar a questão de pontuação fornecida. A alternativa correta é a alternativa C, que identifica a expressão minha senhora como um vocativo.

Primeiro, é importante entender o que é um vocativo. O vocativo é um termo ou expressão que utilizamos para chamar ou invocar alguém, estabelecendo uma interação direta com o interlocutor. No trecho “Como, minha senhora, de quem é que é o saco?”, a expressão minha senhora está sendo usada para chamar a atenção da interlocutora, e, por isso, é classificada como vocativo.

Agora, vamos justificar as alternativas incorretas:

Alternativa A: certos predicativos.
Um predicativo é um termo que atribui uma característica ao sujeito ou ao objeto, complementando o sentido do verbo. No entanto, na frase destacada, minha senhora não está atribuindo uma característica, mas sim chamando a atenção da interlocutora. Portanto, esta alternativa está incorreta.

Alternativa B: aposto.
O aposto é uma expressão que explica, especifica ou resume outro termo da oração. No trecho citado, minha senhora não está explicando ou especificando nada, mas sim chamando a atenção. Logo, esta alternativa também está incorreta.

Alternativa D: expressão explicativa.
Uma expressão explicativa é usada para esclarecer ou detalhar melhor um termo anterior. Novamente, a expressão minha senhora não está servindo para esclarecer nada, mas para chamar a atenção da interlocutora. Por isso, esta alternativa está equivocada.

Alternativa E: adjunto adverbial deslocado.
Adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido do verbo, indicando circunstâncias como tempo, modo, lugar, etc. A expressão minha senhora não está indicando nenhuma dessas circunstâncias, mas sim funcionando como um vocativo. Portanto, esta alternativa está incorreta.

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Comentários

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Gabarito: letra C.

Os sinais de pontuação são essenciais quando tratamos de vocativo, uma vez que eles definem a entonação da leitura. Em geral, a vírgula é a mais usada para separar o vocativo dos demais elementos da oração, mas podem surgir a exclamação, os dois pontos ou as reticências.

Fonte: https://blog.grancursosonline.com.br/o-que-e-vocativo/

GABARITO: LETRA C

ACRESCENTANDO:

USO DA VÍRGULA

Vírgula – indica uma pequena pausa na sentença.

Não se emprega vírgula entre:

• Sujeito e verbo.

• Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).

Para facilitar a memorização dos casos de emprego da vírgula, lembre-se de que:

A vírgula:

Desloca

Enumera

Explica

Enfatiza

Isola

Separa

Emprego da vírgula:

a) separar termos que possuem mesma função sintática no período:

- João, Mariano, César e Pedro farão a prova.

- Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e Merleau-Ponty.

b) isolar o vocativo:

- Força, guerreiro!

c) isolar o aposto explicativo:

- José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um romancista brasileiro.

d) mobilidade sintática:

- Temeroso, Amadeu não ficou no salão.

- Na semana anterior, ele foi convocado a depor.

- Por amar, ele cometeu crimes.

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos:

- Isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas:

- Cascavel, 10 de março de 2012.

g) isolar orações adjetivas explicativas:

- O Brasil, que busca uma equidade social, ainda sofre com a desigualdade.

h) separar termos enumerativos:

- O palestrante falou sobre fome, tristeza, desemprego e depressão.

i) omitir um termo:

- Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.

j) separar algumas orações coordenadas

- Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o desafio.

Vírgula + E

1)Para separar orações coordenadas com sujeitos distintos:

Minha professora entrou na sala, e os colegas começaram a rir.

2) Polissíndeto:

Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.

3) Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:

Os alunos não estudaram, e passaram na prova.

4) Para enfatizar o elemento posterior:

A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.

FONTE: Prof. Pablo Jamilk.

Vocativo chama galera, qualquer duvida troque a ordem e posicione o " Minha senhora" na frente, denota um chamamento.✅

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