Com relação ao contexto histórico de atuação dos pe...

Nas décadas de 1970 e 1980, os profissionais que desejassem realizar estudos sobre o trabalho em organizações precisavam recorrer necessariamente a autores estrangeiros, pois praticamente não havia pesquisas nacionais que os auxiliassem a realizar seu trabalho a contento. Estudos de psicologia do trabalho eram dificultados pelos desafios a que os pesquisadores estavam sujeitos para confrontar suas perguntas a respeito de pesquisa, medidas, delineamentos e abordagens teóricas estratégicas com as de pesquisadores e profissionais de outros países.

Nas décadas de 1970 e 1980, a POT não era reconhecida pela sociedade brasileira como uma área relevante e apta a produzir conhecimentos capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas no trabalho. O foco em assuntos ligados ao trabalho humano e a organizações não era visto no Brasil como assunto para psicólogos.

Nas décadas de 1970 e 1980, os pesquisadores do comportamento humano no trabalho utilizavam a psicologia social (como o fazem até hoje) para encontrar apoio teórico e metodológico para suas questões de pesquisa. Nesse sentido, muitos pesquisadores sofreram forte influência da psicologia social, sendo que alguns deles hoje realizam pesquisas nas duas áreas da psicologia (social e POT).

As tentativas pioneiras de sistematização dos avanços da POT ocorreram na Inglaterra, na década de 1960, e enfatizaram a estruturação de seu campo de estudos, em especial nos temas relativos à satisfação e motivação no trabalho. No Brasil, ao contrário, esses temas não foram pioneiros. Os estudos que abordaram inicialmente o comportamento organizacional datam dos anos 1970 e os temas eram diversificados, e não específicos.

Hoje, em virtude do crescimento da área, a procura por instrumentos de diagnóstico e de gestão do comportamento organizacional é crescente. Tal demanda ocorre porque cresce o número de cursos de graduação e de especialização que exigem o desenvolvimento de estudos científicos como trabalhos de conclusão de curso. Existe também interesse, entre os estudantes de cursos de mestrado e de doutorado nas áreas de administração e psicologia, por temas do comportamento organizacional.