No segundo parágrafo, o autor descreve uma situação que o r...

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Q1869687 Português

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O celular e a Rainha Má

    Recentemente, eu estava caminhando pela calçada quando vi uma mulher vindo na minha direção. O rosto dela estava colado ao celular e ela não estava prestando atenção para onde estava indo. Como secretamente sou uma pessoa má, eu parei de repente e dei meia volta. A mulher trombou nas minhas costas, derrubando seu celular. Ela balbuciou um pedido de desculpas, enquanto eu gentilmente lhe disse para não se preocupar, já que hoje em dia essas coisas acontecem o tempo todo.

     Nós mal conversamos face a face hoje em dia, nem refletimos sobre assuntos importantes de vida e morte, portanto, nem mesmo olhamos para a paisagem enquanto passa pela nossa janela. Em vez disso, nós conversamos obsessivamente em nossos celulares, raramente sobre algo particularmente urgente, desperdiçando nossas vidas em um diálogo com alguém que nem mesmo vemos.

     Hoje, estamos vivendo em uma era na qual, pela primeira vez, a humanidade conseguiu realizar um dos três desejos persistentes que por séculos apenas a magia podia satisfazer. O primeiro é a capacidade de voar – não em um avião, mas com nossos próprios corpos, batendo nossos braços. Outro é a habilidade de afetar diretamente nossos inimigos – ou entes queridos – ao espetar agulhas em um boneco ou proferindo palavras arcanas. E o terceiro é a capacidade de comunicação instantânea por longas distâncias.

     Por que as pessoas demonstraram tamanha inclinação a práticas mágicas ao longo dos séculos? Pressa.

    Nós sabemos que a ciência e a tecnologia avançam lentamente por meio de pesquisa cuidadosa – mas mesmo assim queremos uma cura para o câncer já, não amanhã.

    O relacionamento entre nosso entusiasmo pelas conveniências tecnológicas e nossa inclinação pelo pensamento mágico forma um nó estreito que está atado profundamente à nossa esperança religiosa na ação rápida como um raio dos milagres.

    Será que há uma conexão entre aqueles que prometem uma cura instantânea para o câncer, místicos como o Padre Pio, celulares e a Rainha Má de “Branca de Neve”? De certo modo há. A mulher no início da minha história estava vivendo em um universo de contos de fadas, encantada pelo celular em seu ouvido, em vez de um espelho mágico.


(ECO, Umberto. Disponível em: https://noticias.uol.com.br. Acesso em 18.05.2018.Adaptado)

No segundo parágrafo, o autor descreve uma situação que o remete a uma
Alternativas

Comentários

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Assertiva e

atitude de preocupação.L4 :L6

Atitude de preocupação.

A

postura de revolta. JAMAIS , NO TEXTO NÃO FALA EM REVOLTA

B

crítica infundada. NO TEXTO NÃO CITA CRÍTICA

C

postura confusa. QUAL POSTURA? NÃO EXISTE POSTURA CONFUSA

D

conduta invejosa. NENHUM MOMENTO EXISTE A PALAVRA OU SUPOSIÇÃO DE INVEJA

PORTANTO, GAB E

por exclusão.

gab: E

Inicialmente, eu tinha marcado a letra "e" mas depois mudei pra "c" porque achei que tivesse expresso no trecho um movimento contraditório em "mal conversamos face a face" mas "conversamos obsessivamente em nossos celulares". Esse movimento contraditório, poderia ser entendido como uma postura confusa das pessoas, não? Alguém mais fez esse raciocínio?

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