A conjunção “porém”, utilizada no segundo parágrafo, estabel...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2024
Banca:
FUNCERN
Órgão:
AMCEVALE - RN
Provas:
FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Motorista
|
FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Operador de Máquinas |
Q2504724
Português
Texto associado
A questão refere-se ao texto a seguir.
A beleza de Foz do Iguaçu e as quedas d'água gigantes pela própria natureza
O Brasil é mesmo um país admirável. Não se conquista o privilégio de figurar entre as sete maravilhas
do mundo por acaso. Nas categorias moderna e natural da honorável seleção, nós estamos lá, com destaques
reconhecidos mundialmente: o Cristo Redentor, a Amazônia e as Cataratas do Iguaçu. Enquanto o maior
bioma do mundo tem a paternidade compartilhada com outros oito países, as robustas quedas d'água são
divididas apenas com a vizinha Argentina e até parecem ficar esquecidas lá no Sul do país, mas é um dos
destinos mais procurados pelos turistas. Segundo levantamento feito pelo Parque Nacional do Iguaçu, 1,4
milhão de visitantes estiveram no local em 2022.
Foz do Iguaçu, porém, não é exatamente uma rota de fácil acesso. Localizada em uma ponta mais a
oeste do Paraná, a uma distância de cerca de 600 km da capital do estado e de 700 km do litoral, a cidade
tem lá sua tradição turística, mas a economia se sustenta à base do seu maior cartão postal. Ainda que haja
um aeroporto próprio, os voos geralmente exigem algumas conexões. Saindo de Brasília, fizemos duas
paradas antes de desembarcar no destino: em São Paulo e em Curitiba.
A viagem toda, que durou cerca de oito horas, é um pouco cansativa, porém, a sensação da chegada
é reconfortante quando você, ainda no avião, visualiza de cima o conjunto gigantesco de cachoeiras e se dá
conta de que está próximo não somente das famosas cataratas, e sim também da fronteira com outros dois
países da América do Sul, tornando o passeio uma experiência também internacional.
O acesso pelo lado brasileiro é muito tranquilo: o Parque Nacional do Iguaçu fica dentro de Foz, a
poucos quilômetros do centro, com diversas modalidades de transporte, incluindo ônibus coletivo urbano e
carro por aplicativo — com preços que vão de R$ 3,50 a R$ 50, aproximadamente. Os ingressos custam R$
78, adquiridos antecipadamente pela internet, com direito ao transporte até as estações que dão início às
atrações oferecidas.
Para quem não abre mão de uma boa aventura e gosta de sentir a adrenalina pura, existe o Macuco
Safari, logo na primeira parada do ônibus. Nada mais é que um passeio de bote, em torno de duas horas, em
que o turista embarca, protegido por colete salva-vidas, até as volumosas e potentes quedas das águas. O
banho aqui é certo e dizem que a emoção supera qualquer desconforto por ficar todo ensopado. O tour, que
pode ser adquirido no local, é bem mais salgado: entre R$ 300 e R$ 400, podendo ser parcelado no cartão.
Porém, é um investimento que tem recompensas. Basta conferir alguns dos vídeos disponíveis na internet.
Já na trilha terrestre, a visita também leva em torno de duas horas, porém em uma caminhada de
cerca de 1,2 km que oferece uma vista panorâmica deslumbrante das cataratas em diversos ângulos e
enquadramentos. Aos menos aventureiros que fugiram do safári aquático, há a garantia de que essa não é
uma jornada perigosa: o caminho é todo cercado e há paradas estratégicas para assegurar as melhores fotos,
sem nenhum risco. Mas as roupas confortáveis devem ser priorizadas, já que a temperatura pode esquentar
ao longo da caminhada. E não esqueça a garrafinha de água, claro.
A capa de chuva é um item indispensável para visitar as Cataratas do Iguaçu. À medida que as
pessoas se aproximam mais do ponto onde as quedas estão mais fortes, os respingos vão se tornando
maiores e inevitáveis. A época do ano deve ser observada com atenção: no período chuvoso, o volume das
águas pode aumentar em até dez vezes. Especialmente no final do circuito, onde está a passarela suspensa
de cerca de 670 metros que nos leva à base inferior da suntuosa Garganta do Diabo.
Gigante pela própria natureza, tal qual o verso descrito no Hino Nacional Brasileiro, a cortina fluvial
que surge do cânion parece que vai nos sugar com a potência das águas que se derramam de uma altura de
82 metros e 150 metros de largura, trafegando em uma impressionante correnteza por baixo dos nossos pés.
Mas não se deixe amedrontar. Nesse ponto final do circuito, a experiência é única, imperdível e indescritível.
Diante dessa maravilha do mundo, Eleanor Roosevelt, então primeira-dama dos Estados Unidos da
América, teria exclamado: "Pobre Niágara!", em comparação às famosas cataratas que se ostentam na divisa
entre as províncias de Nova York, nos EUA, e Ontario, no Canadá. Estive por lá, em 2011, e não dá para
negar: a nossa é infinitamente soberana.
Para todos os lados que se olha nessa travessia, a visão das cataratas brasileiras é um deleite. Em
um cenário que nos remete ao que ilustraram em nosso imaginário como o Jardim do Éden, no Parque
Nacional do Iguaçu temos a constatação do quão vigorosa é a obra divina. A robustez das quedas d´água,
que parecem surgir do céu, formando um rio que se molda com precisão entre as pedras e os montes, é um
espetáculo que emociona. Em dias ensolarados, o arco-íris é uma presença constante na paisagem magnífica
que se forma, trazendo ao instante esse sentimento que se aproxima da contemplação do sagrado. Desfrutar
essa imagem, definitivamente, é uma benção.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2023/10/5128017. Acesso em: fev. de 2024. [Adaptado]
A conjunção “porém”, utilizada no segundo parágrafo, estabelece relação de