O ponto de interrogação ( ? ) em “Podemos melhorar de vida?”...

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Q1121775 Português

Podemos ser mais dignos? Podemos.

   Dificilmente encontramos alguém, a não ser criança ou adolescente naquela fase de autorreferência compulsiva e natural, que esteja contente com a situação em geral.

       Que pense ou diga: “Está tudo bem, estamos tranquilos, o país cresce, o povo é razoavelmente bem tratado, nada a reclamar…”.

    Manifestações se agitam no Brasil. Pelos mais singulares motivos, ora surreais, ora convincentes, saímos às ruas, querendo ordem, progresso e paz, mas admitindo entre nós a violência e o crime, tudo organizado e financiado por alguém. Um partido, uma instituição, um grupo… alguém. Pois nada disso acontece aleatoriamente.

     A mim me impressionam centenas de pessoas descendo de um trem quebrado e andando pelos trilhos em busca do seu destino ou de uma condução. Às vezes jogam pedras e quebram vidros ou portas do trem, mas a maioria, mesmo reclamando, não demonstra indignação. Muitos, num meio sorriso resignado, dizem: “É ruim, mas é assim, que fazer?”.

    Ou, quando a enchente mais uma vez inundou a casa, matou a criança, destruiu os bens, e ninguém em alguns anos providenciou nada, comentam: “Com a ajuda de Deus, vou mais uma vez começar do zero”. Manadas de seres humanos apinhados nos ônibus e trens, sem o menor conforto, pendurados naquelas alças, esfregados, amassados por tantos corpos humanos suados e exaustos, dia após dia, ano após ano, consumindo diariamente duas, quatro horas de seu tempo, sua saúde, sua vida, vão para o trabalho e voltam, em condição subumana, e fazem suas reclamações, às vezes com palavras duras e justas, mas acrescentam: “O que fazer? Por aqui é assim”.

    Podemos melhorar de vida? Podemos não ser caçados por bandidos como coelhos pelas ruas dia e noite, podemos viver em morros sem nos enfiarmos embaixo da cama nos frequentes tiroteios, podemos ter água para beber, cozinhar e tomar banho, e energia elétrica para o chuveiro, o ventilador, a luz da casa?

    Não sabemos para que lado nos virar, onde procurar, a quem recorrer. Talvez a esperança seja não a destruição de ônibus, a quebradeira de lojas, a insensatez desatada, mas o gesto mais simples, breve, pequeno, porém transformador, desde que a gente saiba o que está fazendo, o que deve fazer: o “voto”.

    Porém uma imensa maioria de nós, embora adulta, nem sabe ler. Outra boa parte da população, se sabe ler, não tem energia, interesse, tempo, instrução suficiente para se dedicar a esses assuntos, se informar, debater e descobrir algum nome a quem confiar esse voto.

    Então, por estarmos tão cansados, suados, desanimados ou zangados, mas sem lucidez, eles vão receber, na hora da eleição, o apoio de quem parou um instante no posto da ilusão e digitou um número, um nome, uma sigla, um destino seu, que não acabará significando nada. 

(Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-podemos-ser-mais-dignos podemos/. Acesso em: 18/08/2015.Adaptado.)

O ponto de interrogação ( ? ) em “Podemos melhorar de vida?” (7º§) tem como objetivo
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GABARITO: LETRA A

? Podemos melhorar de vida?? (7º§) 

? Temos o ponto de interrogação sendo usado para indicar uma indagação, um questionamento, uma pergunta.

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Mamão com açúcar!

vai entender uma hora joga qestão dificil outra joga questão facil

#Rumo_À_PC-CE

PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação marca uma entoação ascendente (elevação da voz) com tom questionador. Usa-se nestes casos:

1) Frase interrogativa direta.

– O que você faria se só lhe restasse um dia?

2) Entre parênteses para indicar incerteza sobre o que se disse.

– Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que havia palavra melhor naquele

contexto.

3) Combinado com o ponto de exclamação para denotar surpresa, admiração

etc.

– Você não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou!?)

4) Em interrogações retóricas (sentença que é uma interrogação na forma, mas que expressa uma afirmação ou gera uma reflexão com resposta subentendida).

– E o que tenho eu com isso? (Ou seja: “Não tenho nada com isso.”)

– Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no mundo. Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro que não jogaremos comida fora à toa.”)

Obs.: Hoje em dia, em certas bancas, são até recorrentes questões sobre o objetivo discursivo desse ponto, como estratégia argumentativa do autor do texto. Um dos objetivos principais é provocar o leitor a interagir ou aguçar sua reflexão.

FONTE: Gramática Prof. Fernando Pestana

SIGAM: @meto_doconcurseiro

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