Com relação à capacidade de carga das fundações rasas e à ca...
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Q2220192
Engenharia Civil
Com relação à capacidade de carga das fundações rasas e à capacidade de carga dos solos, analise as afirmativas
a seguir:
I. A ruptura dos solos sob fundações carregadas verticalmente se dá por ruptura geral, ruptura por puncionamento ou por ruptura local;
II. Quando o nível d’água está acima da cota de apoio da sapata (sempre indesejável), o peso específico a ser empregado na determinação da capacidade de carga será o peso específico submerso. Quando o nível da água está profundo e, portanto, fora do bulbo de pressões, sua influência não é considerada;
III. A capacidade de carga do solo depende da profundidade de embutimento da sapata e das características do solo propriamente dito, podendo-se desconsiderar a geometria da sapata na determinação deste parâmetro.
Assinale a alternativa CORRETA:
I. A ruptura dos solos sob fundações carregadas verticalmente se dá por ruptura geral, ruptura por puncionamento ou por ruptura local;
II. Quando o nível d’água está acima da cota de apoio da sapata (sempre indesejável), o peso específico a ser empregado na determinação da capacidade de carga será o peso específico submerso. Quando o nível da água está profundo e, portanto, fora do bulbo de pressões, sua influência não é considerada;
III. A capacidade de carga do solo depende da profundidade de embutimento da sapata e das características do solo propriamente dito, podendo-se desconsiderar a geometria da sapata na determinação deste parâmetro.
Assinale a alternativa CORRETA:
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A questão aborda a capacidade de carga de fundações rasas ou diretas. A obra “Fundações Diretas: Projeto Geotécnico", de Cintra, Aoki e Albiero estuda essa capacidade de carga como de um sistema sapata-solo, sendo a sapata o elemento estrutural e o solo o elemento geotécnico. Essa análise como sistema é importante, pois, para uma sapata suficientemente resistente, a capacidade de carga do sistema será a capacidade de carga geotécnica, ou seja, aquela que provocará a ruptura no maciço de solo em que o elemento estrutural está apoiado. Nesse sentido, analisamos as afirmativas:
Afirmativa I - A ruptura dos solos sob fundações carregadas verticalmente se dá por ruptura geral, ruptura por puncionamento ou por ruptura local;
CERTA.
Conforme dito, a capacidade de carga geotécnica da fundação está associada a um mecanismo de ruptura. Essa ruptura pode ser: geral, situação na qual, pelo solo ser mais resistente (menos deformável), a ruptura acontece de forma súbita, com o tombamento da sapata e levantamento de uma porção de solo para cima da superfície; por puncionamento, situação na qual a sapata sofre deslocamento significativo para baixo, indicando um solo menos resistente (mais deformável). Nos casos de solos de média capacidade (areias medianamente compactas e argilas médias), considera-se a ruptura local, na qual não há um mecanismo típico, sendo o comportamento intermediário aos dois anteriormente apresentados.
Afirmativa II - Quando o nível d'água está acima da cota de apoio da sapata (sempre indesejável), o peso específico a ser empregado na determinação da capacidade de carga será o peso específico submerso. Quando o nível da água está profundo e, portanto, fora do bulbo de pressões, sua influência não é considerada;
CERTA.
Nas fundações diretas, são três as possibilidades no que diz respeito ao nível do lençol freático. Quando o lençol está abaixo da cota de apoio da sapata, suficientemente profundo (a uma distância maior do que a largura da base), não há nenhuma interferência no cálculo da capacidade de carga. Quando o lençol freático está abaixo da cota de apoio da sapata, a uma distância menor que a largura da base, não há alteração na tensão efetiva na base do elemento, mas há interferência no valor de peso específico usado, em função da distância que o lençol está da cota de apoio. Já na situação em que o nível d'água está acima da cota de apoio da sapata, além da alteração na tensão efetiva na cota de assentamento da função, há também a necessidade de se usar o peso específico submerso, que é calculado pela subtração do peso específico saturado pelo peso específico da água.
Afirmativa III - A capacidade de carga do solo depende da profundidade de embutimento da sapata e das características do solo propriamente dito, podendo-se desconsiderar a geometria da sapata na determinação deste parâmetro.
ERRADA.
A geometria das sapatas interfere no cálculo da capacidade de carga, motivo pelo qual são estabelecidos os fatores de forma, empregados na formulação teórica de Terzaghi:
Afirmativa I - A ruptura dos solos sob fundações carregadas verticalmente se dá por ruptura geral, ruptura por puncionamento ou por ruptura local;
CERTA.
Conforme dito, a capacidade de carga geotécnica da fundação está associada a um mecanismo de ruptura. Essa ruptura pode ser: geral, situação na qual, pelo solo ser mais resistente (menos deformável), a ruptura acontece de forma súbita, com o tombamento da sapata e levantamento de uma porção de solo para cima da superfície; por puncionamento, situação na qual a sapata sofre deslocamento significativo para baixo, indicando um solo menos resistente (mais deformável). Nos casos de solos de média capacidade (areias medianamente compactas e argilas médias), considera-se a ruptura local, na qual não há um mecanismo típico, sendo o comportamento intermediário aos dois anteriormente apresentados.
Afirmativa II - Quando o nível d'água está acima da cota de apoio da sapata (sempre indesejável), o peso específico a ser empregado na determinação da capacidade de carga será o peso específico submerso. Quando o nível da água está profundo e, portanto, fora do bulbo de pressões, sua influência não é considerada;
CERTA.
Nas fundações diretas, são três as possibilidades no que diz respeito ao nível do lençol freático. Quando o lençol está abaixo da cota de apoio da sapata, suficientemente profundo (a uma distância maior do que a largura da base), não há nenhuma interferência no cálculo da capacidade de carga. Quando o lençol freático está abaixo da cota de apoio da sapata, a uma distância menor que a largura da base, não há alteração na tensão efetiva na base do elemento, mas há interferência no valor de peso específico usado, em função da distância que o lençol está da cota de apoio. Já na situação em que o nível d'água está acima da cota de apoio da sapata, além da alteração na tensão efetiva na cota de assentamento da função, há também a necessidade de se usar o peso específico submerso, que é calculado pela subtração do peso específico saturado pelo peso específico da água.
Afirmativa III - A capacidade de carga do solo depende da profundidade de embutimento da sapata e das características do solo propriamente dito, podendo-se desconsiderar a geometria da sapata na determinação deste parâmetro.
ERRADA.
A geometria das sapatas interfere no cálculo da capacidade de carga, motivo pelo qual são estabelecidos os fatores de forma, empregados na formulação teórica de Terzaghi:
FONTE: Terzaghi & Peck, 1967.
Sendo assim, conclui-se que as afirmativas I e II são as únicas corretas (alternativa C).
Gabarito do Professor: Alternativa C
FONTE: CINTRA, José Carlos Angelo e AOKI, Nelson e ALBIERO, José Henrique. Fundações diretas: projeto geotécnico. São Paulo: Oficina de Textos.
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