Considerando a proximidade temática entre os textos 1 e 2, a...
O
Texto 1
Imunização de crianças em queda: por
que os pais deixam de vacinar os filhos?
(Vanessa Fajardo, G1,
21/06/2018)
Os baixos índices de
imunização de crianças no Brasil acenderam o alerta para especialistas. Mas,
afinal, quais os motivos por ________ da decisão de pais que não vacinaram os
filhos? Para Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações,
um dos motivos que explicam o menor índice em 16 anos de cobertura de vacinação
em crianças menores de um ano é o fato de que as vacinas estão culturalmente
vinculadas à percepção de risco da doença. Quando se trata de doenças
erradicadas, a população tem mais dificuldade de enxergar seus perigos. “As
vacinas acabam sendo vítimas de seu próprio sucesso. A cultura do ser humano é
de se vacinar quando há um risco ________, quando ele não ________ esse risco,
não trata com prioridade, o que é um equívoco”.
Kfouri cita como
exemplo os dados de cobertura da vacina contra a gripe, em 2016, que em três
semanas atingiu a meta de 80% de cobertura, quando houve um surto da doença.
“Hoje isso não seria possível nem em três meses”.
Para a pediatra Ana Escobar,
consultora do programa “Bem Estar”, muitos pais mais jovens ficaram muito longe
da realidade de ter uma criança com poliomielite ou sarampo, por exemplo. “Não
conhecem e nem nunca viram crianças com essas doenças. Por isso, não há um
estímulo vigoroso para que compareçam aos postos de saúde com a frequência
necessária para vacinar seus filhos. Há pouca informação na mídia sobre a
gravidade dessas doenças, que de fato diminuíram sensivelmente sua incidência”,
analisa. [...]
Mas por que os pais deixam de vacinar
os filhos?
Para Kfouri, um
impeditivo para a vacinação é o fato de que muitas vezes a população e até os
profissionais da área da saúde não conhecem a doença contra a qual precisam se
imunizar e, consequentemente, não entendem seus riscos.
Há outros motivos para que as pessoas
deixem de se vacinar?
Além da percepção do risco
da doença, fatores como o horário de funcionamento dos postos de saúde, além da
falta sazonal de uma determinada vacina podem ser motivos para a falta de
vacinação, segundo Kfouri. Ele lembra que os postos funcionam em horário
comercial e nem sempre atendem as necessidades das famílias, cujos pais
trabalham fora. “Os horários nem sempre são os mais adequados, é preciso
repensar isso”.
Medo de supostas reações pode
contribuir para a não vacinação?
Para Kfouri, o público
que deixa de vacinar seus filhos por medo das reações é uma parcela ________,
que não impacta os índices de cobertura.
Quais as consequências desses baixos
índices de imunização?
Para a doutora Ana
Escobar, não há dúvidas: o risco do retorno de doenças já erradicadas é uma das
consequências dos baixos índices de imunização. “Observe-se que frequentemente
temos tido um aumento de casos de sarampo aqui ou ali, que imediatamente é
controlado com campanhas de vacinas. Importante saber que a única doença
oficialmente erradicada do planeta é a varíola. Nem a poliomielite está
erradicada. Portanto, baixas coberturas vacinais podem, sim, trazer algumas
dessas doenças de volta”, explica.
(Fonte: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/imunizacao-de-criancas-em-queda-por-que-os-pais-deixam-de-vacinar-os-filhos-veja-perguntas-e-respostas.ghtml>.
Adaptado.)
O Texto 2
O povo diz que Deus limitou a
inteligência para que os homens não invadissem Seus domínios. Pena não ter
feito o mesmo com a burrice humana.
No Brasil e em
outros países, têm ganhado força os movimentos de oposição às vacinas. É um
contingente formado, sobretudo, por pessoas que tiveram acesso a escolas de
qualidade e às melhores fontes de informação, mas acreditam piamente em
especulações estapafúrdias sobre os possíveis malefícios da vacinação.
Os argumentos para
justificar suas crenças contradizem as evidências científicas mais elementares.
Afirmam que as vacinas debilitam o organismo, impedem o desenvolvimento do
sistema imunológico, causam alergias, autismo, retardo mental e outros males.
Esquecem que, se
chegaram à vida adulta sem as sequelas motoras da poliomielite, as cicatrizes
da varíola ou a infertilidade da caxumba, é porque as gerações que os
antecederam não foram insensatas como eles. Com a prepotência que a ignorância
traz, negam ao filho os cuidados preventivos que receberam de seus pais.
Discutir com um
desses sábios é tarefa mais inglória do que convencer um judeu a rezar virado
para Meca ou uma evangélica a receber a Pomba Gira. Quando o pediatra lhes
recomenda vacinar as crianças, apelam para a teoria da conspiração: os médicos
estariam mancomunados com a indústria farmacêutica, o governo e o capital
internacional para explorar a boa-fé de famílias indefesas.
Essas sumidades têm todo o
direito de discordar dos médicos e dos avanços científicos, mas deveriam ser
coerentes. Por que não aconselham os filhos a fumar? As filhas a fazer sexo sem
proteção? Por que não amamentam os recém-nascidos com mamadeiras e leite em pó
em vez de oferecer-lhes o seio materno, por pelo menos seis meses, como
recomenda o mesmo Ministério da Saúde que vacina as crianças? [...]
(Extraído de “Sábios
antivacinais”, Dráuzio Varela, Folha de S. Paulo,
31/05/2017.)
1. Os textos 1 e 2 abordam o mesmo tema, mas sob perspectivas diferentes. 2. A ironia é característica marcante de ambos os textos. 3. Ambos os textos mencionam algum tipo de dano causado pelas doenças combatidas pela vacinação regular.
Assinale a alternativa correta.