Mulher jovem, em investigação de hipertensão grave refratár...
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Vamos analisar a questão com cuidado. A paciente é uma mulher jovem que apresenta hipertensão grave refratária, ou seja, a pressão arterial alta que não responde bem ao tratamento comum. Além disso, após o uso de captopril, que é um medicamento para pressão, houve um aumento significativo dos níveis de creatinina. Vamos entender o que isso significa.
A creatinina é um indicador da função renal. Quando os níveis de creatinina aumentam após o uso de captopril, isso pode indicar um problema específico nos rins. Vamos analisar as alternativas oferecidas na questão.
Alternativa A - Doença renovascular (Correta)
A doença renovascular, como a estenose da artéria renal, pode levar à hipertensão grave. Quando um inibidor da ECA como o captopril é administrado, ele pode reduzir o fluxo sanguíneo nos rins ainda mais, já que essa classe de medicamentos reduz a pressão arterial geral, agravando a função renal e aumentando os níveis de creatinina. É justamente essa associação que faz da resposta a alternativa correta.
Alternativa B - Feocromocitoma
O feocromocitoma é um tumor raro que produz hormônios que aumentam a pressão arterial, mas ele não está associado ao aumento da creatinina após o uso de captopril. Portanto, esta alternativa está incorreta.
Alternativa C - Síndrome de Cushing
A síndrome de Cushing é causada pelo excesso de cortisol e pode aumentar a pressão arterial, mas não está relacionada ao aumento dos níveis de creatinina após uso de captopril. Assim, esta opção não é adequada.
Alternativa D - Hiperaldosteronismo primário
O hiperaldosteronismo primário resulta em pressão alta e redução do potássio no sangue, mas não especificamente no aumento da creatinina com o uso de captopril, portanto, não explica o caso.
Alternativa E - Hipertiroidismo
O hipertiroidismo pode causar hipertensão sistólica, mas não está associado ao aumento de creatinina após uso de inibidores da ECA, tornando essa alternativa incorreta.
Compreender o aumento da creatinina no contexto do uso de captopril é crucial para identificar a doença renovascular como a melhor hipótese diagnóstica neste caso, justificando a escolha da alternativa A.
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▪hipertensão arterial é a manifestação clínica mais comum do feocromocitoma (90%)
▪resistente ao tratamento anti-hipertensivo convencional, ▪podendo responder a:
▪bloqueadores alfa-adrenérgicos, bloqueadores dos canais de cálcio e nitroprussiato de sódio.
A elevação importante dos níveis séricos de creatinina após iniciar o uso de captopril, um inibidor da enzima de conversão da angiotensina (ECA), sugere a presença de uma condição em que a função renal está fortemente dependente da angiotensina II para a manutenção da perfusão renal.
A doença renovascular é uma condição em que a hipertensão é causada por uma estenose da artéria renal. O uso de um inibidor da ECA como o captopril pode reduzir a pressão arterial e, consequentemente, a perfusão renal, levando a um aumento dos níveis de creatinina. Isso ocorre porque a angiotensina II é importante para a manutenção da pressão de filtração glomerular em pacientes com estenose renal.
Portanto, a hipótese diagnóstica que melhor explica o caso dessa paciente é:
A - Doença renovascular.
A alternativa que melhor explica o caso é:
A) Doença renovascular.
- Captopril e doença renovascular: O captopril é um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA). Em pacientes com doença renovascular, a redução da pressão arterial causada pelo captopril pode levar à diminuição do fluxo sanguíneo renal, resultando em isquemia renal e, consequentemente, aumento dos níveis de creatinina.
- Mecanismo fisiopatológico: A doença renovascular, especialmente a estenose bilateral da artéria renal, causa hipertensão renovascular. A redução da pressão arterial com o uso de IECA pode levar a uma diminuição ainda maior do fluxo sanguíneo renal, agravando a isquemia e levando ao aumento da creatinina.
- Feocromocitoma: O feocromocitoma causa hipertensão paroxística e não costuma ser refratário ao tratamento. A elevação da creatinina não é um achado comum nessa condição.
- Síndrome de Cushing: A síndrome de Cushing é caracterizada por hipertensão, obesidade central, face em lua cheia e outras manifestações. A elevação da creatinina não é um achado comum nessa condição.
- Hiperaldosteronismo primário: O hiperaldosteronismo primário pode causar hipertensão, mas a elevação da creatinina não é um achado comum, a menos que haja associação com outras doenças renais.
- Hipertireoidismo: O hipertireoidismo pode causar hipertensão, mas a elevação da creatinina não é um achado comum nessa condição.
Para confirmar o diagnóstico de doença renovascular, podem ser solicitados os seguintes exames:
- Doppler de artérias renais: Para avaliar o fluxo sanguíneo renal e identificar possíveis estenoses.
- Angiotomografia ou angioressonância: Para visualizar as artérias renais e confirmar a presença de estenoses.
- Cintilografia renal: Para avaliar a função renal de cada rim individualmente.
O tratamento da doença renovascular depende da causa e da gravidade da estenose. As opções terapêuticas incluem:
- Tratamento clínico: Controle da pressão arterial com medicamentos anti-hipertensivos e acompanhamento da função renal.
- Procedimento intervencionista: Angioplastia com colocação de stent para dilatar a artéria renal.
- Cirurgia: Nefrectomia parcial ou total, em casos selecionados.
Em resumo:
A elevação da creatinina após o início do tratamento com captopril em uma paciente com hipertensão grave refratária sugere fortemente a presença de doença renovascular. A confirmação do diagnóstico e o tratamento adequado são essenciais para prevenir a progressão da doença renal e controlar a hipertensão.
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