A ética cristã, que influencia fortemente a cultura ocidenta...
A ética cristã, que influencia fortemente a cultura ocidental, baseia-se nas “verdades reveladas” por Deus, através da Bíblia, de documentos religiosos, quer dizer, de mandamentos que não podem ser contestados racionalmente. Através de pensadores como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, a filosofia de Platão e Aristóteles é retomada à luz dos dogmas cristãos, daí, decorrendo formas de pensar que predominam durante toda a Idade Média. Uma de suas características reside:
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Alternativa Correta: B - Na ruptura em face do conceito de autonomia, substituído pela ideia de livre arbítrio.
A questão aborda a influência da ética cristã na cultura ocidental, especialmente durante a Idade Média, e como pensadores como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino interpretaram as ideias filosóficas de Platão e Aristóteles sob a luz dos dogmas cristãos.
Tema Central: A questão trata de ética cristã e sua influência na filosofia medieval, destacando a transição do conceito de autonomia humana para o de livre arbítrio. Este é um conhecimento relevante para entender a evolução do pensamento ético e filosófico na história.
Resumo Teórico: Na ética cristã, o livre arbítrio é fundamental, pois se baseia na ideia de que, mesmo com a influência de Deus, os seres humanos têm a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Essa noção de escolha é diferente da autonomia, que sugere que o ser humano age de forma independente e autorreferenciada.
Justificativa da Alternativa Correta: A opção B é correta porque a ética cristã realmente marca uma ruptura em relação ao conceito de autonomia filosófica clássica, optando pelo conceito de livre arbítrio. Isso significa que, embora as ações humanas sejam realizadas em um contexto de liberdade, elas ainda estão sob a orientação dos valores e mandamentos divinos, como destacado na ética cristã.
Análise das Alternativas Incorretas:
A. "Na tese de que o poder político pode ultrapassar a esfera moral privada." - A ética cristã não se baseia na ideia de que o poder político deve ultrapassar a moral privada. Pelo contrário, muitas vezes a ética cristã influenciava as normas políticas, mas não vice-versa.
C. "Na polêmica entre ética e política, contribuindo para formas tradicionais de tratamento." - Embora existam debates sobre ética e política, a questão não se refere diretamente a uma polêmica entre esses dois conceitos na ética cristã medieval.
D. "Na ética como instância de poder, marcada pela discórdia entre os homens, movidos por interesses privados." - A ética cristã não é vista como uma instância de poder associada à discórdia e interesses privados. Pelo contrário, ela busca orientar as ações para o bem comum e sob os mandamentos divinos.
E. "Todas as alternativas estão incorretas." - Esta alternativa está incorreta, pois a alternativa B é correta, como já explicado.
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A questão propõe uma análise da ética cristã medieval e da influência dos pensadores Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino no pensamento ocidental. A ética cristã se baseia nas "verdades reveladas" por Deus e nos dogmas religiosos, sendo estruturada em torno da ideia de que os mandamentos divinos não podem ser contestados pela razão humana. A filosofia de Platão e Aristóteles é retomada, mas sempre à luz da fé cristã.
Vamos analisar cada alternativa:
"Na tese de que o poder político pode ultrapassar a esfera moral privada."
- Errado. A ética cristã medieval, especialmente nas obras de Santo Agostinho e Tomás de Aquino, tende a reconhecer a separação entre a moral privada (individual) e a moral pública (relacionada ao poder político), com o papel do Estado sendo auxiliar na promoção da ordem divina. A ética cristã defende que a moralidade deve ser fundamentada nos mandamentos divinos e na salvação, não necessariamente vinculada a um poder político que ultrapasse a moralidade privada.
"Na ruptura em face do conceito de autonomia, substituído pela ideia de livre arbítrio."
- Correto. Durante a Idade Média, o conceito de autonomia, ou capacidade humana de se guiar pela razão independente de qualquer autoridade divina, foi substituído pela ideia de livre arbítrio. O livre arbítrio é a capacidade humana de escolher entre o bem e o mal, mas sempre dentro da ordem divina. A ética cristã medieval não considerava o ser humano plenamente autônomo, mas sim sujeito à vontade de Deus, cuja moralidade deveria ser seguida.
"Na polêmica entre ética e política, contribuindo para formas tradicionais de tratamento."
- Errado. Embora haja uma relação entre ética e política na Idade Média (como o papel da Igreja na política e a moralidade pública), a principal característica da ética cristã medieval não é a polêmica entre ética e política, mas sim a subordinação da moralidade à revelação divina e ao dogma cristão. Não é uma "polêmica", mas sim uma integração entre a ética e os dogmas religiosos.
"Na ética como instância de poder, marcada pela discórdia entre os homens, movidos por interesses privados."
- Errado. A ética cristã medieval não é vista como uma "instância de poder" no sentido de gerar discórdia movida por interesses privados. Ao contrário, ela busca promover a harmonia e a paz, com o objetivo de alinhar os indivíduos à vontade divina e à moralidade cristã, onde os interesses privados devem ser subordinados ao bem comum e à ordem divina.
"Todas as alternativas estão incorretas."
- Errado, pois a alternativa B está correta.
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