A destruição dos excedentes das colheitas se impunha, porta...
A destruição dos excedentes das colheitas se impunha, portanto, como uma consequência lógica da política de continuar colhendo mais café do que se podia vender (...). O que importa ter em conta é que o valor do produto que se destruía era muito inferior ao montante da renda que se criava. Estávamos, em verdade, construindo as famosas pirâmides que anos depois preconizaria Keynes. Dessa forma, a política de defesa do setor cafeeiro nos anos da grande depressão concretiza-se num verdadeiro programa de fomento da renda nacional. Praticou-se no Brasil, inconscientemente, uma política anticíclica de maior amplitude que a que se tenha sequer preconizado em qualquer dos países industrializados.
FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil, 32ª edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002, pp. 197 e 200-201. Adaptado.
De acordo com a interpretação clássica de Celso Furtado, a principal consequência, no longo prazo, da política de Vargas de destruir os estoques excedentes da produção de café, como forma de minorar os impactos adversos decorrentes da grande depressão da década de 1930, foi