No 3° parágrafo afirma-se que nossa crítica às simplificaçõe...
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Ano: 2024
Banca:
FCC
Órgão:
TRT - 20ª REGIÃO (SE)
Prova:
FCC - 2024 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário - Área Apoio Especializado - Especialidade Tecnologia da Informação |
Q3170447
Português
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Hollywood dentro de nós
A cultura norte-americana, mais do que qualquer outra, vive e pensa a
coletividade como um conjunto de indivíduos. Para um europeu ou um sul-americano, comemorar, explicar e mesmo narrar um acontecimento é, no
mínimo, problemático sem explorar sua dimensão propriamente social: o
encontro ou a luta de ideias, classes, nações, grupos, grandes interesses
econômicos, etc.
Hollywood, com a força de seu cinema, só podia nascer numa cultura em que,
seja qual for a dimensão social dos fatos, toda experiência toma a forma de uma
história de aventuras. Nesse tipo de cultura, qualquer história de vida promete
um roteiro de filme.
Criticamos ou desprezamos Hollywood pelas simplificações, pelos silêncios e
pelas ignorâncias, talvez inevitáveis, ao reduzir a complexidade da história às
andanças singulares dos indivíduos. Mas, no fundo, essa crítica se endereça a
nós mesmos. Defendemos um entendimento do mundo em que causas e
conflitos coletivos são mais importantes que a epopeia dos indivíduos. No
entanto, a crítica do reducionismo de Hollywood é a maneira que encontramos
para reprimir uma dimensão crucial da nossa própria experiência: o mundo nos
interessa só porque constitui o cenário da aventura das nossas vidas.
Hollywood, desprezada, cativa-nos e fascina-nos porque glorifica um
individualismo que é o nosso. Portanto, mesmo envergonhados, entremos no
cinema.
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo:
Publifolha. 2008, p. 322-323)
No 3° parágrafo afirma-se que nossa crítica às simplificações de Hollywood