No verso “E do mulato sabido”, o emprego do adjetivo sabido ...

Alternativa correta: C - ironia.

O tema central da questão é a interpretação do uso do adjetivo "sabido" no verso "E do mulato sabido" do poema "Pronominais" de Oswald de Andrade. Para responder à questão, é necessário entender como os adjetivos podem expressar diferentes tons, como ironia, resignação, subserviência ou crítica, dependendo do contexto.

Justificativa da alternativa correta:

O termo "sabido" é usado de forma irônica no contexto do poema. Oswald de Andrade frequentemente utilizava a ironia para criticar normas sociais e linguísticas. O uso de "sabido" sugere que o "mulato sabido", embora instruído ou conhecedor, ainda participa dos diálogos informais e descontraídos da cultura popular, desrespeitando as regras gramaticais rígidas, o que revela uma crítica subjacente às convenções da língua padrão.

Por que as alternativas incorretas estão erradas:

A - resignação: A alternativa indica uma aceitação passiva de uma situação, o que não é o caso aqui. O tom do poema não sugere que o "mulato sabido" se resigne à norma gramatical; ao contrário, mostra um uso proposital da fala coloquial.

B - subserviência: Essa alternativa sugere submissão, o que não se aplica ao "mulato sabido". O uso do termo "sabido" é uma maneira de destacar o conhecimento do mulato, mas de forma crítica e irônica, não submissa.

D - crítica: Embora o poema como um todo contenha elementos críticos à norma culta, no verso específico, o uso do adjetivo "sabido" é mais diretamente uma ironia do que uma crítica explícita.

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C

Significado de Subserviência

Substantivo feminino Qualidade ou estado da pessoa que cumpre regras ou ordens de modo humilhante;

resignação:

substantivo feminino

1. submissão à vontade de alguém ou ao destino.

Fonte: Goooggle

Eu acertei...mas não entendi o verso até agora... :(

A alternativa correta é a letra C: ironia.

Por quê?

Ao atribuir o adjetivo "sabido" ao mulato, o poeta não está necessariamente elogiando sua inteligência ou conhecimento. Pelo contrário, ele está empregando a ironia para criticar a educação formal e elitista, representada pela gramática do "professor e do aluno", que ensina um modo de falar considerado "correto" e "culto".

A ironia funciona da seguinte forma:

• Contradição implícita: O termo "sabido" é usado de forma irônica, pois o contexto da conversa informal e popular, onde se pede um cigarro, contradiz a ideia de um discurso formal e culto.
• Crítica social: O poeta está criticando a imposição de uma norma linguística única e superior, desvalorizando as variedades linguísticas populares e a fala do povo.
• Empoderamento da linguagem popular: Ao colocar em destaque a fala do "bom negro e do bom branco" e do "mulato sabido", o poeta valoriza a linguagem cotidiana e natural, em oposição à linguagem artificial e normativa.

Em resumo:

O adjetivo "sabido" não é um elogio sincero, mas sim uma ironia que subverte a ideia de que a educação formal é a única fonte de conhecimento e que a linguagem popular é inferior. O poeta utiliza a ironia para defender a valorização da diversidade linguística e cultural.

Portanto, a alternativa C, ironia, é a que melhor capta o sentido do verso.

( Note que O mulato sabido é uma referência a Machado de Assis. O texto data de 1925 quando Oswald de Andrade se referia a Machado de Assis.)