O uso da expressão verbal “havia rompido”, contida no segund...
ABAIXO O JURIDIQUÊS
Temos lido ultimamente em vários jornais da grande imprensa e em algumas publicações destinadas aos operadores do direito que não é aceitável manter-se o linguajar pomposo e rebuscado, posto que vetusto, dessas pessoas quando formulam seus pedidos, fazem suas acusações e julgam seus processos. Há que se ter, dizem os defensores do novo estilo, um canal de comunicação mais direto com a população que permita o entendimento desse linguajar por parte da cidadania a quem ele é dirigido.
Reconheça-se que aqui e ali há algum exagero. Embora vernaculares, há palavras que extrapolam o limite do conhecimento do homem médio. Mas resolvemos aderir. Recebemos, em nosso escritório, a visita de uma dupla de cultores do funk que nos apresentavam um problema de ordem familiar. O casal havia rompido de fato seus laços conjugais a partir do instante em que o varão descobrira estar sendo traído pela virago. Contratados, solicitamos ao marido que retornasse quarenta e oito horas depois para assinar conosco a peça vestibular que iríamos destinar ao magistrado.
Passados os dois dias, retornou o varão a quem foi dado o exame da inicial e foi solicitado que ele apusesse sua firma na folha derradeira do pedido endereçado ao juiz. Furioso, o ilustre cliente instou-nos a fazer um trabalho mais acessível ao seu nível de compreensão. Após o decurso de uma semana, em que nos fizemos assessorar por diferentes ramos da juventude hodierna, eis como ficou a inicial:
Ô da toga
Mano 13, fanqueiro, tô pedindo um barato louco porque tô separando da distinta.
Sô sangue bom.
Sô sinistro, mas a chapa tá quente.
A traíra se meteu com uns talarico.
Tô na fita, num dá mais.
A coisa tá irada, tá bombando e eu quero que teja tudo dominado.
E aí, lixo? Se tocou?
Fecha cum nóis. São Paulo, oje.
Assinado:
Adevogados.
Ainda não tivemos coragem de submeter essa petição ao Poder Jurisdicional. Ficamos na torcida pela reconciliação. Estamos em dúvida sobre qual será a reação do ínclito magistrado. Quem sabe tenha ele se adaptado aos novos tempos… Mas pode ser que ele se limite a despachar: “Com tal petição vê -se que a parte está indefesa no processo. Remeta-se à Comissão de Ética da OAB para que tome as providências que o caso requer”. É como daquele ditado: “Cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso”.
ROLLO, Alberto; ROLLO, Janine. Abaixo o juridiquês. Disponível em: < http://blog.jus.uol.com.br/paginalegal/2008/03/08/abaixo -o- juridiques/>. Acesso em: 20 maio 2008. [Adaptado].
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Vamos analisar a questão apresentada, que envolve a compreensão do uso da expressão verbal "havia rompido". Esse tipo de questão exige interpretação semântica, ou seja, precisamos entender o significado dessa expressão dentro do contexto do texto.
Alternativa Correta: C - existia um relacionamento entre o casal.
Explicação: A expressão "havia rompido" refere-se ao pretérito mais-que-perfeito composto do verbo "romper", que indica uma ação ocorrida antes de outra já passada. No contexto do texto, significa que, em algum momento no passado, o casal tinha um relacionamento que, posteriormente, foi rompido. Portanto, a assertiva correta é que existia um relacionamento entre o casal antes do rompimento.
Análise das alternativas incorretas:
A - existe um relacionamento entre o casal. Esta opção está incorreta porque o verbo "existe" se refere ao tempo presente, enquanto "havia rompido" indica uma ação passada.
B - poderia existir um relacionamento entre o casal. Esta alternativa sugere uma possibilidade ou hipótese, o que não é condizente com a certeza do fato passado implícito no "havia rompido".
D - deveria existir um relacionamento entre o casal. Esta opção indica uma obrigação ou necessidade, o que não é coerente com o fato de que o relacionamento efetivamente existiu no passado.
Para resolver questões como essa, é importante reconhecer os tempos verbais e seus significados. O pretérito mais-que-perfeito é frequentemente usado para indicar ações que ocorreram antes de outra ação passada, o que pode ser uma pegadinha comum. Lembrar-se disso ajudará em questões similares.
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O gabarito correto segundo o QC é a alternativa: C
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