[Questão Inédita] “Barricadas do tráfico e da milícia se mul...
Em alguns lugares, imagens do Google Street View — que oferece vista em 360° de ruas e avenidas — também mostram os bloqueios. Em outros, foram anexadas na ferramenta fotos dos obstáculos: é o caso da Estrada do Rio Grande, na Taquara, Zona Oeste, onde troncos e pneus atravancam a passagem.”
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O cenário descrito na questão revela um problema recorrente nas áreas urbanas brasileiras: a presença de barreiras físicas e simbólicas impostas por facções criminosas e milícias em comunidades. Essas barreiras, visíveis até em ferramentas de mapeamento digital, refletem uma realidade complexa em que o Estado falha em exercer seu papel de segurança pública, permitindo que tais grupos estabeleçam um controle territorial. Essa situação evidencia a fragilidade da presença estatal em certas regiões, especialmente em periferias e favelas, onde a ausência de políticas públicas adequadas permite que o crime organizado expanda seu domínio, criando uma “governança paralela” que coloca em risco a segurança e a vida dos moradores.
A problemática da segurança pública no Brasil é uma questão complexa que envolve diversas esferas, como o controle do tráfico de drogas, a militarização das forças de segurança, a corrupção dentro de órgãos públicos e a ausência de políticas sociais eficazes para mitigar os efeitos da desigualdade socioeconômica. A partir da década de 1980, com o agravamento das questões urbanas e o fortalecimento do tráfico de drogas, esse tipo de domínio territorial se tornou mais evidente, principalmente nas grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo. Esse fenômeno é amplamente documentado em estudos de segurança pública e urbanização, que apontam a necessidade de uma abordagem integrada que envolva tanto a repressão ao crime quanto o investimento em políticas de inclusão e desenvolvimento social.
O impacto desse cenário na vida econômica e social das comunidades é profundo, pois a insegurança e o controle territorial afetam o direito de ir e vir dos cidadãos, limitam o acesso a serviços básicos e comprometem as oportunidades de desenvolvimento econômico nas áreas dominadas por esses grupos. A violência urbana associada ao crime organizado também repercute no cenário internacional, afetando a imagem do Brasil e atraindo atenção de organizações de direitos humanos e especialistas em segurança pública global. Essas observações indicam a necessidade de uma reforma estrutural na política de segurança pública e de um comprometimento maior do Estado com o combate às desigualdades que alimentam o crescimento de poderes paralelos.
A) CORRETO – A alternativa reflete corretamente a realidade de que a multiplicação das barricadas nas comunidades indica a falência do Estado em prover segurança pública de forma eficaz.
B) INCORRETO – A “harmonia” entre poderes paralelos nas cidades cariocas não reflete a dinâmica real das milícias e tráfico, que frequentemente entram em conflitos violentos pelo controle territorial.
C) INCORRETO – A imparcialidade dos moradores não é o tema abordado na questão. Na verdade, a vida dos moradores é diretamente impactada pelas ações desses grupos, que exercem controle sobre suas liberdades e segurança.
D) INCORRETO – Apesar de a convivência com a violência urbana ser uma realidade, falar em “normalização total” não seria adequado, pois os moradores buscam alternativas e esperam melhorias.
E) INCORRETO – A violência nas comunidades não reflete a cultura local, mas sim uma problemática imposta pela ausência de políticas de segurança e pela presença de facções criminosas e milícias.
A análise do contexto das barricadas nas favelas e bairros cariocas reforça a necessidade urgente de uma atuação estatal mais efetiva e coordenada para reduzir o domínio do crime organizado e restaurar o direito à segurança e dignidade dos moradores. Questões como essa destacam a importância de o candidato estar atento ao papel do Estado e às políticas públicas que podem contribuir para a melhoria da segurança pública.
O papel do Estado na segurança pública é, essencialmente, garantir a proteção e o bem-estar da população. Isso significa que o Estado deve adotar medidas para prevenir a violência e o crime, garantir a ordem e proteger os direitos dos cidadãos, permitindo que todos vivam em um ambiente seguro e com qualidade de vida. A segurança pública, nesse sentido, não depende apenas de ações policiais, mas também de um conjunto de políticas públicas integradas e preventivas que busquem solucionar as causas da criminalidade e melhorar a vida nas comunidades.
1. Políticas de prevenção social: Além de combater o crime diretamente, o Estado deve investir em medidas que atacam as causas da violência, como o desemprego, a desigualdade social, a falta de acesso à educação de qualidade e à saúde. Programas de inclusão social, qualificação profissional e incentivo ao esporte e à cultura em áreas de vulnerabilidade são exemplos de políticas que podem reduzir a criminalidade a longo prazo, pois oferecem alternativas e oportunidades para que as pessoas não entrem no mundo do crime.
2. Políticas de policiamento comunitário: Outro ponto importante é a aproximação da polícia com a comunidade. O policiamento comunitário é uma forma de atuação em que a polícia trabalha lado a lado com a população, conhecendo as suas necessidades e ganhando a confiança das pessoas. Esse modelo ajuda a resolver pequenos conflitos, oferece uma sensação de segurança constante e permite que os policiais entendam melhor a realidade local, atuando de maneira preventiva e próxima das demandas reais das comunidades.
3. Ações integradas entre diferentes áreas: Para que a segurança pública seja eficiente, é importante que diferentes setores do governo trabalhem em conjunto. Por exemplo, áreas como educação, saúde, assistência social e habitação precisam estar alinhadas com as políticas de segurança, formando uma rede de apoio e prevenção. Isso significa que, além de combater o crime, o Estado precisa garantir que escolas, hospitais e centros de apoio social funcionem bem, oferecendo suporte aos cidadãos de forma completa e evitando que situações de vulnerabilidade se transformem em problemas de segurança.
O papel do Estado vai além de punir o crime: ele deve atuar na construção de um ambiente social mais justo e seguro para todos, por meio de políticas públicas que melhorem a qualidade de vida, promovam a justiça social e incentivem a colaboração entre comunidade e governo. É essa atuação integrada e preventiva que contribui de forma significativa para a melhoria da segurança pública e para o fortalecimento do direito à cidadania.
Resposta: A
Gabarito do Professor: A
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