[Questão Inédita] “O show do eu. As redes sociais inaugurara...
Paula Sibilia em sua tese de doutorado ‘O show do eu’ escreveu que “a rede mundial de computadores tem dado à luz um amplo leque de práticas que poderíamos denominar “confessionais”, pois permitem a qualquer um dar um testemunho público e cotidiano de quem se é. (…) gente considerada comum, como eu ou você – têm se apropriado das diversas ferramentas disponíveis online e as utilizam para expor publicamente aquilo que algum tempo atrás teria sido protegido por fazer parte da intimidade.”
Com a proliferação das redes sociais e o mau uso das mesmas, um dos grandes riscos dos usuários pode ser:
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A popularização das redes sociais inaugurou uma nova dinâmica na interação social e no compartilhamento da vida pessoal. Plataformas como Facebook, Instagram e Twitter incentivam usuários a publicar aspectos de sua vida, expressando opiniões, registrando momentos e, muitas vezes, ultrapassando as fronteiras tradicionais entre o público e o privado. Esse fenômeno tem sido objeto de análise crítica por estudiosos e intelectuais, como Paula Sibilia, que discute em sua tese de doutorado “O Show do Eu” a emergência de práticas confessionais, onde indivíduos comuns divulgam publicamente informações que antes eram consideradas parte da esfera íntima. O compartilhamento excessivo, apesar de oferecer benefícios em termos de conectividade, expõe também o usuário a riscos diversos, o que alerta para o impacto dessa nova configuração das redes sociais no comportamento individual e coletivo.
O uso intensivo e, em alguns casos, indiscriminado das redes sociais faz com que temas como privacidade, segurança e responsabilidade digital ganhem importância nas discussões sobre o papel das tecnologias digitais na vida moderna. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), instituída em 2018, busca regulamentar o uso de informações pessoais, promovendo a segurança dos dados e a responsabilidade no tratamento de informações sensíveis, incluindo as que circulam em redes sociais. A existência dessa legislação revela a preocupação crescente em proteger os cidadãos, especialmente quando o conteúdo compartilhado voluntariamente pode ser utilizado de maneiras prejudiciais, como em práticas de assédio, exploração ou manipulação de dados para fins comerciais ou até políticos.
A partir de uma perspectiva econômica e internacional, as redes sociais também moldaram novas relações de trabalho e consumo. Plataformas digitais passaram a ser ferramentas de marketing, visibilidade e comércio, promovendo a cultura da exposição. Contudo, o impacto negativo desse cenário pode levar a uma instabilidade no mercado de trabalho, pois os indivíduos precisam investir em sua "imagem pública" para serem notados em um contexto altamente competitivo. Internacionalmente, o mau uso da internet, como no caso de fake news e práticas desinformativas, causou tensões sociais e políticas em vários países, destacando a necessidade de regulamentações mais rigorosas e práticas educativas sobre segurança digital e uso consciente das redes sociais.
A) CORRETO. A alternativa aborda a superexposição da vida privada como um risco evidente nas redes sociais. Essa questão, discutida por autores como Sibilia, aponta que o excesso de compartilhamento pode expor os usuários a perigos como assédio, roubo de identidade e outros problemas associados ao uso indevido de informações pessoais por terceiros.
B) INCORRETO. Embora as redes sociais possam contribuir para a ampliação do conhecimento e da educação, o risco social mais evidente não é esse. A questão aborda perigos concretos da superexposição e de práticas que podem levar a consequências negativas, especialmente ligadas à segurança e à privacidade.
C)INCORRETO. A ampliação do conhecimento global é um efeito positivo das redes sociais, mas a questão analisa o risco da superexposição. A facilidade de informação não está relacionada ao perigo iminente e aos receios associados à superexposição de dados e à falta de privacidade nas redes sociais.
D) INCORRETO. Cursos online são benefícios das plataformas digitais, mas a questão foca no risco da superexposição, um fenômeno sociocultural mais crítico e propenso a gerar discussões sobre a privacidade do usuário. A resposta certa analisa o impacto negativo de uma exposição excessiva nas redes (Sibilia, 2008).
E) INCORRETO. A cultura e o conhecimento são aspectos positivos das redes sociais, mas a questão considera os riscos, e o impacto negativo principal não está ligado ao acesso cultural, mas aos riscos que a exposição da vida pessoal pode trazer à segurança dos usuários.
A questão evidencia os riscos que as redes sociais apresentam quando utilizadas de maneira indiscriminada. A superexposição pode trazer ameaças significativas à segurança e privacidade dos indivíduos, alertando para a necessidade de uma postura mais consciente no uso dessas plataformas. É crucial que os usuários compreendam os limites entre o que deve ser compartilhado e o que deve permanecer privado, evitando práticas que exponham excessivamente informações pessoais. Esteja atento ao tema da superexposição nas redes, já que este é um aspecto amplamente discutido e frequentemente abordado em provas relacionadas a atualidades e comportamento social.
Referências Bibliográficas
BOYD, Danah. It's Complicated: The Social Lives of Networked Teen. New Haven: Yale University Press, 2014.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
SIBILIA, Paula. O Show do Eu: A intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
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