Leia o caso clínico a seguir.Paciente K. 11 anos, sexo mascu...
Leia o caso clínico a seguir.
Paciente K. 11 anos, sexo masculino, em tratamento prévio para TDAH desde os 8 anos, com uso de metilfenidato, na dose de 20mg/dia, com estabilização do quadro clínico tanto com melhora da capacidade atentiva, quanto redução do comportamento hipercinético. Há cerca de 3 semanas, os pais notaram maior reatividade emocional da criança, com comportamentos explosivos quando contrariada. Na escola, começou a agredir verbalmente colegas, dizendo que eles não eram tão inteligentes quanto ele e não conseguiam acompanhar seu raciocínio. Chegou a entrar na sala de aula e dizer que o professor não sabia dar aula, e ele iria assumir a turma. Na última semana o quadro piorou, com hipersexualização, importunado as colegas com toques invasivos. Os períodos de explosões pioraram, culminando com episódios de agressividade física com os pais. Já estava há 2 dias sem dormir. Foi expulso da escola um dia antes, por se masturbar no recreio. Ao exame, diz que estava feliz, e não sabia por que estava consultando com um médico que “não sabe de nada”. A mãe faz tratamento para depressão há 6 anos, sem uma boa resposta terapêutica.
A conduta médica para o caso é
Gabarito comentado
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Olá, vamos entender a questão e a alternativa correta com detalhes!
A alternativa correta é a Alternativa C: suspender metilfenidato e iniciar titulação do aripiprazol, com dose máxima de 30mg/dia.
A questão descreve um caso clínico de um paciente de 11 anos que está em tratamento para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) com o uso de metilfenidato. No entanto, nas últimas semanas, ele apresentou um quadro de alterações comportamentais significativas, incluindo reatividade emocional, comportamentos explosivos, agressividade física e verbal, hipersexualização, insônia e euforia.
Esses sintomas são indicativos de um episódio maníaco ou hipomaníaco, possivelmente induzido pelo uso de estimulantes (metilfenidato). Em tais casos, a primeira abordagem é interromper o uso do estimulante e iniciar o tratamento com um antipsicótico atípico, como o aripiprazol, que pode ajudar a estabilizar o humor.
Justificativa para a Alternativa C: A suspensão do metilfenidato e a introdução do aripiprazol são indicadas para manejar os sintomas maníacos. O aripiprazol é um antipsicótico atípico que ajuda a controlar a agressividade, a hipersexualização e outros sintomas comportamentais extremos.
Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:
A - Otimizar a dose do metilfenidato para 40mg/dia e encaminhar à psicoterapia parental: Esta não é uma abordagem adequada porque aumentar a dose do metilfenidato pode piorar os sintomas maníacos. Além disso, embora a psicoterapia parental seja útil, ela não aborda a necessidade imediata de estabilização do humor do paciente.
B - Otimizar a dose do metilfenidato para 40mg/dia e acrescentar 20mg/dia de fluoxetina: Esta alternativa é inadequada pelo mesmo motivo acima e ainda adiciona um antidepressivo que poderia exacerbar os sintomas maníacos.
D - Suspender metilfenidato e iniciar titulação do carbonato de lítio (10-30mg/kg/dia): Embora o lítio seja um estabilizador de humor eficaz, ele não é a primeira linha de tratamento em crianças para episódios maníacos agudos, principalmente pela necessidade de monitoramento dos níveis séricos e potencial de efeitos colaterais significativos.
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