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O acordo firmado entre a imprensa da França e o Google em fevereiro de 2013, mediado pelo Palácio do Eliseu, representa um marco nas relações entre grandes empresas de tecnologia e a mídia tradicional. Este acordo surgiu em meio a debates intensos sobre a remuneração justa de conteúdos jornalísticos disponibilizados na internet, tema que tem gerado controvérsias globalmente. A relevância desse acordo transcende as fronteiras francesas, abrindo precedentes para outros países que enfrentam dilemas semelhantes, como Brasil e Alemanha.
Historicamente, a ascensão da internet revolucionou a forma como consumimos informações, mas também trouxe desafios significativos para o modelo de negócios da imprensa tradicional. Empresas de tecnologia como Google se tornaram intermediárias essenciais na distribuição de notícias, muitas vezes sem repassar uma compensação justa para os produtores de conteúdo. Isso levou a um declínio nas receitas de publicidade dos jornais, agravando a crise financeira no setor e motivando uma busca por soluções que garantam a sustentabilidade do jornalismo de qualidade.
Economicamente, este acordo pode ser visto como um esforço para reequilibrar as relações comerciais entre gigantes da tecnologia e a indústria de mídia. Ele reflete uma tentativa de adaptação das normas comerciais às novas realidades digitais, assegurando que os criadores de conteúdo sejam devidamente remunerados por seu trabalho. Em termos de relações internacionais, o acordo também sinaliza a capacidade de mediação e influência da França na defesa de seus interesses culturais e econômicos, estabelecendo um modelo que pode inspirar legislações semelhantes em outros países.
Alternativa A: "à criação de um código de ética comum à imprensa escrita e internet para proteger a privacidade dos franceses."
Errada. O acordo mencionado não se refere à criação de um código de ética, mas sim à remuneração de empresas de comunicação pelos conteúdos publicados no Google News.
Alternativa B: "às punições aplicadas a jornais franceses que publicam trechos do Google sem a devida citação da fonte."
Errada. O foco do acordo não está nas punições a jornais, mas na remuneração dos mesmos pelo uso de seus conteúdos no Google News.
Alternativa C: "à aprovação de normas éticas para a publicação de dados pessoais na imprensa escrita e no site na França."
Errada. Embora a ética na publicação de dados pessoais seja uma questão importante, o acordo específico tratado não aborda este tema, mas a remuneração pelo conteúdo jornalístico.
Alternativa D: "ao controle sobre o acesso de franceses às notícias veiculadas no site para não prejudicar a imprensa escrita."
Errada. O acordo não se trata de controle de acesso às notícias, mas sim de assegurar que as empresas de comunicação sejam pagas pelo uso de seus conteúdos.
Alternativa E: "à remuneração de empresas de comunicação francesas pelo conteúdo publicado no site Google News."
Certa. Este é o cerne do acordo firmado em 2013, que estabelece que o Google deve pagar às empresas de comunicação pelo uso de seus conteúdos no Google News, garantindo uma fonte de receita adicional para a mídia tradicional.
A decisão de remunerar as empresas de comunicação francesas pelo conteúdo publicado no Google News é uma resposta direta às mudanças estruturais no consumo de notícias e busca corrigir a desvantagem financeira enfrentada pelos veículos de mídia tradicionais. Esse acordo exemplifica a importância de regulamentações que acompanhem a evolução tecnológica, assegurando que todos os atores do ecossistema midiático possam operar de maneira justa e sustentável.
Resposta: E
Gabarito do Professor: E
Referências:
LEMOINE, J. "France-Google Deal on Content Payments." The Guardian, 01.02.2013. Disponível em: [https://www.theguardian.com/media/2013/feb/01/france-google-deal-content-payments](https://www.theguardian.com/media/2013/feb/01/france-google-deal-content-payments). Acesso em: 15 jul. 2024.
UNESCO. "Media Sustainability in the Digital Age." UNESCO, 2013. Disponível em: [https://en.unesco.org/mediadevelopment/sustainability](https://en.unesco.org/mediadevelopment/sustainability). Acesso em: 15 jul. 2024.
FRANKLIN, B. "The Future of Journalism." Journalism Studies, vol. 14, no. 5, 2013, pp. 638-654.
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letra E
O Google vai pagar € 60 milhões (R$ 161 milhões) para continuar indexando conteúdo jornalístico produzido pela imprensa francesa em seu serviço de notícias, o Google News.
Inédito pelo valor e pelo poder das partes envolvidas, o acordo é um marco nas relações entre empresas de internet e empresas jornalísticas e deve ter repercussão em outras partes do mundo.
O anúncio ocorreu no fim da tarde desta sexta-feira (1º), em uma cerimônia no Palácio do Eliseu --sede do governo francês-- que reuniu o presidente da França, François Hollande, o presidente do Google, Eric Schmidt, e representantes dos editores franceses.
O dinheiro do Google não vai remunerar diretamente a imprensa francesa, mas abastecer um fundo para o desenvolvimento de negócios digitais dos jornais e revistas de interesse geral do país.
Em troca, o governo Hollande não vai enviar um projeto de lei para determinar que o gigante da internet pague pelo conteúdo veiculado na versão francesa do Google News, portal que mostra os títulos das principais notícias do dia.
"É um acordo que é bom para a imprensa francesa, bom para o conteúdo e igualmente bom para o Google", disse Hollande.
O presidente do Google exaltou o "aprofundamento da parceria" com as empresas jornalísticas francesas.
O acordo de hoje encerrou uma disputa iniciada em setembro, quando o governo sinalizou que poderia patrocinar uma lei para fazer o Google pagar aos jornais por conteúdo na França --o que foi apelidado de "taxa Google" pelos jornais do país.
FONTE: Folha de São Paulo
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