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Em favor da vacina
Cilene Pereira
Desde 2011 observa-se no Brasil a queda na cobertura vacinal relativa a várias enfermidades. A falta de adesão da população em relação às vacinas no Brasil passa, entre outros aspectos, pela desinformação, que deve ser combatida e exige esforços extras.
O controle das doenças por meio das vacinas, alcançado nas últimas décadas, levou à sensação de que as enfermidades não representam mais ameaça. “O fato de as doenças terem desaparecido fez com que muita gente ache que a vacina é desnecessária”, afirma a epidemiologista Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações. Pensar assim é um equívoco que pode fazer com que as enfermidades readquiram força de transmissão.
Os grupos que pregam contra os imunizantes e a falta de informação até entre profissionais da saúde são fatores que trazem de volta ao País doenças que haviam desaparecido, como o sarampo e o risco da poliomielite. É preciso impedir esse inaceitável retrocesso na saúde pública. Os ativistas fazem barulho nas redes sociais, onde proliferam tolices como a ideia de que os imunizantes são ineficazes ou que apresentam risco maior do que os benefícios. É mentira. Assim como também é falsa a tese de que a vacina tríplice viral (que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola) está associada ao autismo. Não há comprovação na literatura médica.
TRÊS EDITORIAL LTDA. Isto É, ano 41, nº 2535, 25 jul. 2018, p.42. Adaptado.