Diversos estudos evidenciam a possibilidade da interlocução ...
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a A. Vamos entender o porquê.
O tema da questão refere-se à interlocução entre a Psicanálise e o Direito. Essa interface sugere que o psicanalista, ao atuar como perito, lida com questões de subjetividade e transferência que emergem no contexto judicial.
Alternativa A: "há uma reedição da cena judiciária na transferência com o perito psicanalista." Esta afirmação está correta porque na prática psicanalítica, a transferência permite que os envolvidos no processo jurídico revivam, em certa medida, as dinâmicas da cena judiciária. O perito acaba funcionando como uma figura que provoca e acolhe essas transferências, onde os dramas pessoais e jurídicos se entrelaçam.
Alternativa B: "o perito psicanalista deve permanecer na posição de decisão que lhe é atribuída institucionalmente, sem maiores questionamentos em face da hierarquia existente." Esta está incorreta, pois a atuação do psicanalista não se limita a uma posição hierárquica de decisão, mas sim a uma escuta qualificada que considera a singularidade de cada caso, questionando e compreendendo além da estrutura hierárquica.
Alternativa C: "a cena transferencial na perícia nunca diz respeito à situação judicial." Esta alternativa está errada porque a cena transferencial está diretamente relacionada à situação judicial, já que as emoções e conflitos dos sujeitos envolvidos costumam emergir e se manifestar frente ao perito psicanalista.
Alternativa D: "não é dado ao perito psicanalista a reconstrução das singularidades de cada caso concreto." Esta também está incorreta, pois uma das funções do psicanalista é justamente acessar e compreender as singularidades de cada sujeito e contexto, o que é fundamental para uma análise aprofundada no âmbito jurídico.
Alternativa E: "a criança, por vezes recusada, negada ou eclipsada, não deve ser objeto de investigação do perito psicanalista no discurso dos pais em litígio." Esta é incorreta porque, na verdade, o perito deve atentar-se à criança e ao lugar que ocupa nos discursos dos pais, uma vez que pode trazer à tona conflitos e aspectos ocultos que são relevantes para o entendimento do caso.
A questão, portanto, aborda a complexidade da atuação do psicanalista no contexto jurídico, destacando a importância de uma escuta atenta às dinâmicas transferenciais e às singularidades de cada caso.
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Comentários
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http://www.fm.usp.br/iof/revista_2006/07-A_psicanalise_i
POR QUE A LETRA B ESTÁ ERRADA?
Dayana Amorrmeu,
a letra B está incorreta porque o perito não tem a posição de decisão. A decisão cabe somente ao magistrado. Ao perito, seja ele psicanalista ou qual for, cabe fornecer os subsídios para a tomada de decisão do juiz. Apesar disso, o perito é subordinado apenas administrativamente, de modo que lhe é assegurada a sua autonomia no que diz respeito ao uso de técnicas, instrumentos privativos de sua profissão bem como questionamentos que achar pertinente.
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