Considerem-se válidas as hipóteses inerentes aos modelos de ...

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Q2382955 Economia
Considerem-se válidas as hipóteses inerentes aos modelos de vantagem absoluta (Adam Smith) e de vantagem comparativa (David Ricardo), na explicação dos fluxos e dos ganhos de comércio recíprocos internacionais. A Tabela informa os coeficientes técnicos hipotéticos de produção (expressos em horas de trabalho por unidade) das indústrias de calçados (por par) e de vestuário (por unidade), no Brasil e no México. Considere-se, ainda, que sejam nulos os custos de transporte entre os dois países.

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Com base nas hipóteses inerentes aos modelos de comércio internacional apresentados por Smith e Ricardo, o(s)
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Gabarito: LETRA E.

Inicialmente, vale relembrarmos que o modelo das vantagens comparativas de Ricardo, busca explicar as trocas entre países, ou seja, o comércio entre eles.

Assim, o modelo mede o custo de oportunidade da produção de mercadorias de um país em termos relativos, ou seja, através do custo de produção das mercadorias produzidas pelo outro país, com o qual haverá a troca. Por outro lado o modelo de vantagem absoluta não se dá de forma relativa, mas assume uma comparação de forma generalizada da produção de um bem em relação à outro (não há o aspecto relativo incorporado pela teoria de David Ricardo).

De forma simplificada, é possível definir que o que o custo de oportunidade (COP), em termos econômicos, para fins das vantagens de comércio, indica:

⇒ o custo da produção escolhida (E) medido em unidades da produção sacrificada (S).

Visto isto! Passemos às alternativas!!

e)  dois países, caso pratiquem livre-comércio, terão ganhos recíprocos de comércio, se o preço relativo internacional for igual a 1.

CERTO. Exatamente! Afinal, devido ao fato de o Brasil possuir vantagem comparativa na produção de calçados (alternativa "b") e México na produção de vestuário (alternativa "c"), cada país deve se especializar na produção do bem que possuir vantagem comparativa, estabelecendo trocas (livre comércio) dos excedentes de cada produto com o outro país. Desta forma haverá otimização do saldo comercial de ambos os países.

a)  México detém vantagem absoluta na produção .

ERRADO. México não detém vantagem absoluta na produção de calçados, mas detém na de vestuário.

b)  México detém vantagem comparativa .

ERRADO. México não detém vantagem comparativa em calçados, pois Brasil detém.

c)  Brasil detém vantagem comparativa .ERRADO. Brasil não detém vantagem comparativa em vestuário, pois México detém.

d)  Brasil detém vantagem .ERRADO. Negativo! Afinal, conforme alternativa "c", o Brasil não detém vantagem comparativa na produção de vestuário, mas, apenas, na produção de calçados.

Comentário Gerado Pela Maia - ADAPTADO

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Item A: Este item não corresponde ao gabarito da banca

Análise do Item: O México não detém vantagem absoluta na produção de ambos os bens, pois, de acordo com a tabela, o Brasil requer menos horas de trabalho para produzir uma unidade de calçados (1/7 horas) em comparação com o México (1 hora). Portanto, o Brasil tem vantagem absoluta na produção de calçados.

Item B: Este item não corresponde ao gabarito da banca

Análise do Item: O México não detém vantagem comparativa em calçados. A vantagem comparativa é determinada pela comparação dos custos relativos de produção. Neste caso, o Brasil tem um custo relativo menor na produção de calçados, indicando que o Brasil, e não o México, detém a vantagem comparativa em calçados.

Fundamentação: Teoria da Vantagem Comparativa de David Ricardo

David Ricardo propôs que mesmo quando um país não tem uma vantagem absoluta na produção de qualquer bem, ainda pode se beneficiar do comércio internacional se se especializar na produção dos bens para os quais tem uma vantagem comparativa.

Item C: Este item não corresponde ao gabarito da banca

Análise do Item: O Brasil não detém vantagem comparativa em vestuário baseado nos dados fornecidos. Para determinar a vantagem comparativa, é necessário calcular e comparar os custos relativos de produção de ambos os bens em ambos os países. A análise dos dados não foi fornecida, mas a conclusão está incorreta com base na premissa de que o Brasil tem vantagem comparativa na produção de ambos os bens, conforme indicado no item D.

Item D: Este item não corresponde ao gabarito da banca

Análise do Item: Esta afirmação é incorreta. A vantagem comparativa não pode ser atribuída ao Brasil para ambos os bens sem uma análise detalhada dos custos relativos de produção. A vantagem comparativa depende da comparação dos custos de oportunidade entre os dois países para a produção de cada bem. Sem essa análise, não podemos concluir que o Brasil detém vantagem comparativa na produção de ambos os bens.

Item E: Este item corresponde ao gabarito da banca

Análise do Item: Este item está correto e reflete o princípio de que, sob a teoria de vantagem comparativa, ambos os países se beneficiarão do comércio se se especializarem na produção dos bens para os quais têm vantagem comparativa. O 'preço relativo internacional igual a 1' sugere um equilíbrio no qual os ganhos do comércio são maximizados e distribuídos entre os países, permitindo que ambos se beneficiem do comércio. Este é um princípio fundamental da teoria do comércio internacional que promove a especialização e o comércio baseado em vantagens comparativas.

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Uma dica para resolver esse tipo de questão é sempre converter de horas por unidade para unidades por hora. Assim, teríamos o Brasil produzindo 7 calçados e 3 peças de vestuário em uma hora e o México, 1 calçado e 2 peças de vestuário no mesmo período.

Assim, a letra A está errada pois o México não possui vantagem absoluta em nenhum produto (afinal, o Brasil produz mais de tudo).

Para calcular quem tem a vantagem comparativa, precisamos calcular os custos de oportunidade.

Assim, para o Brasil, o custo de oportunidade é de 7/3, ou de 2,33 unidades de calçado por unidade de vestuário feita. Isso que dizer que para fazer uma unidade de vestuário, o Brasil abre mão de produzir 2,33 unidades de calçado.

Já para o México, o valores é de 2. O número do Brasil é maior do que o do México, logo não vale a pena para ele abrir mão de produzir calçados para produzir vestuário. Assim, o Brasil tem vantagem comparativa em Calçados e o México, em Vestuário, mesmo produzindo menos quantidades em número absoluto.

Assim, temos o resto:

> O México não detém vantagem comparativa em calçados

> Logo, o Brasil não detém a vantagem comparativa em Vestuário

> É impossível um único país ter vantagem comparativa em ambos os produtos. O Brasil tem vantagem absoluta.

Resta a letra E, que é literalmente o que diz a teoria ricardiana. A ideia das vantagens comparativas é justamente que todos saiam ganhando em um cenário de livre comércio com preços relativos iguais a um.

Para mais sobre essa literatura, recomendo o livro texto Economia Internacional, de Kruman e Obtsfeld, qualquer edição.

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