Considere o Texto I e o Texto II sobre a agenda urbana. Tex...
Texto I
O modelo de desenvolvimento urbano atual tem promovido a mercantilização da cidade que privilegia os grupos financeiros e de investidores em detrimento dos interesses e das necessidades da maioria da população urbana. Os efeitos do padrão de urbanização, tais como a privatização dos espaços públicos e dos serviços básicos, a segregação urbana, a precarização dos bairros da população pobre, o aumento dos assentamentos informais, a utilização de investimentos públicos para promover projetos de infraestrutura que atendem aos interesses econômicos dos negócios imobiliários, apontam que novos caminhos de vida e desenvolvimento nas cidades precisam ser adotados na nova agenda urbana. Por essa razão, a nova agenda urbana deve abraçar uma mudança no padrão predominante, a fim de aumentar a equidade, a inclusão social, a participação política e dar uma vida digna para a população urbana.
SAULE JR., N. O direito à cidade como centro da nova agenda urbana. In: IPEA. Boletim Regional, Urbano e Ambiental. Brasília, DF: Ipea, n. 15, jul.-dez. 2016, p. 73. Adaptado.
Texto II
No contexto específico das áreas centrais das cidades, ao renovar o conjunto da vizinhança e concretizar uma demanda que anteriormente estava reprimida, os novos usos e/ou os novos moradores substituem os moradores anteriores. Para esses antigos moradores valerá mais a pena vender seus imóveis e realizar o lucro com a valorização do bairro, e morar em outra vizinhança que lhes atendam as preferências por amenidades urbanas. Parte do lucro da venda do imóvel valorizado é utilizado na compra de imóvel de menor valor, parte utilizada em outras compras, ou poupança. Ambos os movimentos são mais valorizados pelo antigo morador do que permanecer no centro e usufruir das amenidades urbanas do centro renovado. No caso de moradores de aluguel, a situação é mais precária, pois não conseguirão arcar com os custos dos aluguéis mais altos e não se beneficiarão em nada com a valorização do imóvel.
NADALIN, V. Revitalização das áreas centrais nas cidades brasileiras por meio da mobilização de investimentos privados. Brasília, DF: Ipea, mar. 2023 (Textos para Discussão, n. 2862). Adaptado.
Considerando-se os efeitos do padrão de urbanização, na comparação entre os Textos I e II, conclui-se que
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Comentários
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Gentrificação é um processo de transformação de áreas urbanas que leva ao encarecimento do custo de vida e aprofunda a segregação socioespacial nas cidades. A gentrificação modifica a paisagem urbana e o perfil social dos bairros, provocando sua valorização mercadológica e a expulsão de antigos moradores.
Gentrificação é um processo de transformação urbana que “expulsa” moradores de bairros periféricos e transforma essas regiões em áreas nobres. A especulação imobiliária, aumento do turismo e obras governamentais são responsáveis por esse fenômeno.
A covarde e cruel especulação imobiliária.
O Texto II complementa o Texto I ao detalhar um dos aspectos do padrão de urbanização criticado no primeiro texto, a gentrificação. Ambos os textos convergem na crítica ao modelo atual e na necessidade de uma nova agenda urbana mais justa e inclusiva.
O Texto I apresenta uma crítica ao modelo de desenvolvimento urbano atual, destacando seus efeitos negativos, como a privatização de espaços públicos, a segregação urbana e a precarização dos bairros da população pobre. O texto defende a necessidade de uma nova agenda urbana que promova a equidade, a inclusão social e a participação política.
O Texto II aprofunda a discussão sobre um desses efeitos negativos, a gentrificação, que ocorre quando a revitalização de áreas centrais das cidades leva à substituição dos moradores antigos por novos moradores com maior poder aquisitivo. O texto descreve como esse processo pode ser prejudicial para os antigos moradores, especialmente aqueles que vivem de aluguel e não se beneficiam da valorização dos imóveis.
Na faculdade de arquitetura a gente aprende que gentrificação é uma coisa boa, veja só
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