Quanto à tipologia textual, podemos afirmar que, em cada tr...
TEXTO 5
“OS SELFIES DESNUDOS”
Na conta, o estrago do domingo ficou assim: são
vinte mulheres. Catorze atrizes, três modelos, uma
cantora, uma ginasta e uma jogadora de futebol.
Todas mais ou menos famosas: três estiveram no
elenco da série “Glee”, uma fez a sonhadora Lady
Sybil em “Downton Abbey”. Jennifer Lawrence venceu
um Oscar. Em alguns casos, as fotos mostram
uma nudez discreta. Noutros, há vídeos caseiros
de sexo. Ao todo, na manhã de domingo, vazaram
479 arquivos privados. Ainda sabemos pouco sobre
como apareceram. Fotos íntimas vazadas não são
novidade no mundo pós-internet. Nesta quantidade,
jamais ocorrera antes. E, desta vez, temos de aprender
algo sobre a rede e sobre nós.
Trata-se, possivelmente, do trabalho de uma quadrilha de hackers que opera há alguns anos para alimentar um mercado negro de colecionadores on-line. Um pacote destes que reúnem vazou. Quem vazou diz ter imagens de 101 pessoas. De mulheres, nunca homens. Jovens e mais ou menos famosas.
Mas, por trás do frenesi que tomou a internet após o vazamento, um detalhe se perdeu. Porque, além de lindas e famosas, outro traço une as vinte: 15 têm menos de trinta anos. A mais velha ainda não fez 35. Todas nasceram da década de 1980 para cá. São digitais. Registrar sua nudez e compartilhá-la com quem se relacionam faz parte de suas vidas. Porque faz parte da vida de sua geração. Mesmo nos vídeos mais explícitos, o tom não é o de um filme pornográfico. Há humor, suor e ninguém tem a pele perfeita. É gente fazendo o que gente faz. Em alguns casos, o carinho dos parceiros é evidente.
Nunca um pacote tão grande de fotos vazadas veio assim à tona. Dificilmente será o último. Porque a segurança da internet é e seguirá sendo frágil. Assim como as moças não vão parar de enviar para quem desejam o registro de suas próprias imagens. São duas realidades inexoráveis. Nossa cultura evoluiu dessa forma.
DÓRIA, Pedro. O Globo, 02/09/2014.
Leia os trechos a seguir:
1º) “O nosso tempo é um tempo de escolhas. A “customização” cada vez mais intensa da maioria dos bens e dos serviços de consumo permite que eu diga como quero meu refrigerante, meu carro, meu jeans, meu computador.” (texto 2)
2º) “Nem sempre museus e lojas se entendem bem na minha cabeça. Uma vez fui para o Louvre depois de sair da Printemps só para ver a nova ala egípcia. Fiquei sem ar diante do que estava exposto, nem tanto pela beleza do que via quanto pela consciência do tempo que me separava das pessoas que haviam feito e usado aquelas coisas.” (texto 4)
3º) “Os meios de transportes, e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo.” (texto 3)
4º) “Na conta, o estrago do domingo ficou assim:
são vinte mulheres. Catorze atrizes, três modelos,
uma cantora, uma ginasta e uma jogadora de futebol.
Todas mais ou menos famosas: três estiveram
no elenco da série “Glee”, uma fez a sonhadora Lady
Sybil em “Downton Abbey”. Jennifer Lawrence venceu
um Oscar. Em alguns casos, as fotos mostram
uma nudez discreta. Noutros, há vídeos caseiros de
sexo. Ao todo, na manhã de domingo, vazaram 479
arquivos privados.” (texto 5)