Assinale a alternativa correta a respeito da classificação d...
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Jornalismo
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Leia o trecho da entrevista abaixo:
O samba cura
Em recuperação, Beth Carvalho
prepara repertório que viajará o País
30 de agosto de 2013 - Roberta Pennafort / RIO
- O Estado de S.Paulo
A primeira aparição pública de Beth Carvalho, superado o período de internação, foi no dia 10. Era o show
comemorativo dos 30 anos de carreira de Zeca Pagodinho, o afilhado mais bem-sucedido da madrinha do
samba. Beth fez um dueto com ele de Camarão Que
Dorme a Onda Leva, o embrião da transformação do
ex-feirante, camelô, contínuo e anotador de jogo do
bicho no sambista mais adorado pelos brasileiros. A
cantora gravou o hoje clássico de Zeca, Beto Sem Braço
e Arlindo Cruz no disco Suor no Rosto, de 1983, fazendo
daquele ano o marco inicial oficial da carreira do amigo.
O Citibank Hall, no Rio, vibrou. Beth não foi até o
palco: cantou do camarote, e a sua imagem foi transmitida pelo telão. O acesso era muito tortuoso para
quem ainda precisa de um andador e de uma cadeira
de rodas.
A dificuldade para se deslocar não a põe para baixo.
Apelidou o andador de “Beth Esqui”, por ter guidons, e
a cadeira, de “Beth Móvel”. Faz fisioterapia duas vezes
por semana, tem enfermeira, toma os seus remédios.
Aos 20 minutos de entrevista ao Estado, sentada entre
o banjo e as almofadas em diferentes tons de verde e
rosa, ela avisa que não quer mais papo de doença. “A
gente está falando muito de hospital, não?”
As referências à escola de samba querida, a Mangueira,
colorem a sala, ornada com cartazes de shows, fotos
com Cartola, Nelson Cavaquinho e outros compositores das quais é porta-estandarte. São dezenas de marcos de uma trajetória desde os anos 1960 pontuada
pela descoberta de autores talentosos, por prêmios e
expressivas vendagens de discos.
“Uma animadíssima festa musical”, nas palavras do
jornalista Sergio Cabral, que escreveu o texto de divulgação de Nosso Samba Tá Na Rua, o CD é o 33.º de
uma lista de trabalhos que remonta a 1969, o ano do
LP inaugural, Andança.
Filha de uma casa musical - o pai era amigo de medalhões da velha guarda da MPB, como Elizeth Cardoso,
Silvio Caldas e Aracy de Almeida; a avó tocava banjo e
violão -, Elizabeth Santos Leal de Carvalho já dedilhava
cordas quando criança. Adolescente, adorava bossa
nova, ia a festinhas e dava aulas de violão. Em 1965, gravou um compacto com a música Por Quem Morreu
de Amor, de uma das duplas símbolos da bossa nova,
Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. No ano seguinte,
encharcada de samba, participaria de shows com
Nelson Sargento e Noca da Portela.
Os festivais seriam seu chão - Andança, terceiro lugar
no Festival Internacional da Canção de 1968, é até
hoje um dos momentos-karaokê nos shows. Com a
música de Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho
Tapajós, Beth iria se tornar conhecida por todo o País.
Desde os anos 1970 popular, gravou um LP por ano,
sempre com inéditas garimpadas entre compositores
só conhecidos por seus pares. Foi assim até meados
dos anos 1990, com a entrada em cena do CD, ela se
recorda. (…)
Assinale a alternativa correta a respeito da classificação da entrevista.