No trecho “Passamos a depender de curadores ou de uma curad...
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Ano: 2023
Banca:
SELECON
Órgão:
SEDUC-MT
Prova:
SELECON - 2023 - SEDUC-MT - Professor da Educação Básica - Letras - Língua Portuguesa |
Q2335135
Português
Texto associado
Texto 2
Ao componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcionar
aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação
dos letramentos, de forma a possibilitar a participação
significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/
constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens.
As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem
novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e
multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de
configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. As novas
ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam
acessíveis a qualquer um a produção e disponibilização de
textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes
da Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em
diferentes mídias, como também produzir e publicar fotos, vídeos
diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias colaborativas,
revistas e livros digitais etc. Depois de ler um livro de literatura
ou assistir a um filme, pode-se postar comentários em redes
sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores,
acompanhar de perto seu trabalho; podemos produzir playlists,
vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos
tornar um booktuber, dentre outras muitas possibilidades. Em
tese, a Web é democrática: todos podem acessá-la e alimentá-la
continuamente. Mas, se esse espaço é livre e bastante familiar
para crianças, adolescentes e jovens de hoje, por que a escola
teria que, de alguma forma, considerá-lo?
Ser familiarizado e usar não significa necessariamente levar em
conta as dimensões ética, estética e política desse uso, nem
tampouco lidar de forma crítica com os conteúdos que circulam
na Web. A contrapartida do fato de que todos podem postar quase
tudo é que os critérios editoriais e seleção do que é adequado,
bom, fidedigno não estão “garantidos” de início. Passamos a
depender de curadores ou de uma curadoria própria, que supõe
o desenvolvimento de diferentes habilidades.
A viralização de conteúdos/publicações fomenta fenômenos
como o da pós-verdade, em que as opiniões importam mais do
que os fatos em si. Nesse contexto, torna-se menos importante
checar/verificar se algo aconteceu do que simplesmente acreditar
que aconteceu (já que isso vai ao encontro da própria opinião ou
perspectiva). As fronteiras entre o público e o privado estão sendo
recolocadas. Não se trata de querer impor a tradição a qualquer
custo, mas de refletir sobre as redefinições desses limites e de
desenvolver habilidades para esse trato, inclusive refletindo
sobre questões envolvendo o excesso de exposição nas redes
sociais. Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer
qualquer coisa em qualquer situação. Se, potencialmente, a
internet seria o lugar para a divergência e o diferente circularem,
na prática, a maioria das interações se dá em diferentes bolhas,
em que o outro é parecido e pensa de forma semelhante. Assim,
compete à escola garantir o trato, cada vez mais necessário,
com a diversidade, com a diferença.
Fonte: Base Nacional Comum Curricular (pág. 68). Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
No trecho “Passamos a depender de curadores ou de uma
curadoria própria, que supõe o desenvolvimento de diferentes
habilidades”, o elemento destacado introduz uma oração
subordinada: