Assinale a alternativa cuja afirmação colocada entre parênt...
Leia o texto.
O problema da sonegação fiscal é tão antigo quanto os impostos em si. Embora seja comum afirmar que as únicas coisas certas na vida sejam a morte e os impostos, não há dúvida que quase sempre há uma forma de evitar estes últimos, ou pelo menos parte deles. Como os indivíduos, em geral, não gostam de pagar impostos, farão tudo o que puderem para reduzi-los.
(…)
O uso moderno de ferramentas econômicas para a análise da obediência tributária pode ser creditado a Allingham e Sandmo (1972) que estenderam o trabalho de Becker (1968) sobre imposição legal à análise da sonegação fiscal, usando a moderna teoria do risco desenvolvida por Von Neumann e Morgenstern. Desde então, a literatura sobre a análise econômica da sonegação cresceu de forma vertiginosa e, muito provavelmente, nenhum aspecto da obediência à lei tributária escapou ao menos a um exame preliminar.
Sem questionar a relevância de motivações éticas e sociológicas, a análise econômica da obediência tributária focou-se principalmente em como a sonegação pode ser dissuadida pela detecção e pela aplicação de sanções. Trata-se da chamada análise das políticas tributárias de imposição. A tese adotada é a de que o comportamento do contribuinte pode ser visto como o resultado de um cálculo racional, de uma avaliação cuidadosa dos custos e dos benefícios da sonegação. Como mesmo nos sistemas mais simples de imposição tributária os incentivos para cumprimento fiel das obrigações tributárias não são óbvios, esta perspectiva econômica oferece preciosas conclusões que podem ser usadas para derivar medidas apropriadas de políticas públicas.
Por outro lado, dada a complexidade do ambiente econômico em que o contribuinte geralmente toma as decisões acerca da sonegação, constata-se que nenhuma receita simples de política tributária pode ser implementada; não obstante o panorama geral da obediência tributária seja muito mais claro agora do que algumas poucas décadas atrás. Ao menos a literatura mostrou que a sonegação é um problema sério, demasiadamente complexo para ser resolvido, tão somente, por meio de ajustes simples na política tributária, e que o conjunto de instrumentos de controle é bastante vasto.
(Marcelo Lettieri Siqueira e Francisco S. Ramos. Fragmento adaptado de artigo acessado em: www.scielo.br)
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Comentários
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Gabarito letra "D"
Cuidado com restrições ou grandes abrangências, Raciocínio lógico ajuda muito
A) O conjunto de instrumentos de controle é bastante vasto. (Os instrumentos de controle à sonegação carecem de ampliação.)
B) O uso moderno de ferramentas econômicas pode ser creditado a Allingham e Sandmo. (É possível afirmar que o uso de ferramentas modernas para análise econômica foi afiançado por Allingham e Sandmo, já que creditar é homônimo de afiançar.)
C) A literatura sobre a análise econômica da sonegação cresceu de forma vertiginosa. (O estudo sobre a análise econômica da sonegação cresceu de forma morosa.)
D) A sonegação não pode ser resolvida tão somente por meio de ajustes simples na política tributária. (É preciso ir além de ajustes simples na política tributária para evitar a sonegação.)
E) A sonegação pode ser dissuadida pela detecção e pela aplicação de sanções. (Somente sanções, a partir da constatação, podem insuflar a sonegação.)
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