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Ano: 2011 Banca: ACAPLAM Órgão: Prefeitura de Angicos - RN
Q1224162 Português
IGUAL – DESIGUAL Carlos Drummond de Andrade
Eu desconfiava: todas as histórias em quadrinhos são iguais. Todos os filmes norte-americanos são iguais. Todos os filmes de todos os países são iguais. Todos os best-sellers são iguais. Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais. Todos os partidos políticos são iguais. Todas as mulheres que andam na moda são iguais. Todas as experiências de sexo são iguais. Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais. E todos, todos os poemas em versos livres são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais. Todos os amores iguais, iguais, iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte é igualíssima. Todas as criações da natureza são iguais. Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.
Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.
A paixão medida (1980). 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 77-78.  Carlos Drummod de Andrade © Graña Drummond  www.carlosdrummond.com.br

Das afirmações seguintes:
I. É possível afirmar que o poema encontra-se dividido basicamente em quatro partes
II. O vocábulo “contudo” é responsável por introduzir a segunda parte do poema.
III. A frase “Todo ser humano é um estranho ímpar” equivale a “cada um dos seres humanos é diferente dos demais”.
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