Para o autor, o que constrangia o jovem sentado à mesa ao l...
Leia o trecho da crônica para responder a questão.
O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos abismos sociais tão cruéis?
A razão desses questionamentos foi um jovem adolescente na mesa ao lado da minha na padaria onde tomei o café da manhã antes de ir ao trabalho. Ainda que bem arrumado e cabelo penteado, percebia-se que era um rapaz economicamente vulnerável, humilde.
Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.
Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens, postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.
Diferentemente do que se pode esperar de adultos, conscientes de seu lugar no mundo e seguros o suficiente para sentarem-se sozinhos à mesa de qualquer lugar e desfrutar o momento independentemente de um aparelho tecnológico nas mãos, os adolescentes não possuem ainda segurança e autoestima consolidadas. Mais do que os outros, eles buscam aceitação, mesmo que tentando ser diferentes.
Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores e não cidadãos.
Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à minha frente e para o vazio da parede adiante.
(João Marcos Buch. O café que nos une. 12.09.2017. Adaptado)
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Para resolver a questão apresentada, precisamos focar na interpretação do texto, concentrando-nos nas emoções e percepções do jovem mencionado.
Alternativa correta: B - a falta de uma tela para olhar e se sentir como todos os outros.
A escolha da alternativa B é justificada pela descrição feita no texto, onde o autor observa que o jovem estava sem celular, enquanto todos ao redor estavam conectados a seus dispositivos. Isso reforça a ideia de que o jovem se sentia deslocado e chateado por não ter um celular, o que o impedia de se conectar como os outros. Esta situação potencialmente o deixava desconfortável, refletindo sua necessidade de aceitação e pertencimento, típica da fase adolescente.
Análise das alternativas incorretas:
A - a maneira como o jovem estava vestido, inadequada ao lugar. Esta alternativa está incorreta porque o texto menciona que, embora ele fosse economicamente vulnerável, estava bem arrumado e com o cabelo penteado. Portanto, o vestuário não é destacado como um motivo de constrangimento.
C - o fato de todos na padaria se comportarem da mesma forma, desconectados fisicamente. Esta não é a razão do constrangimento do jovem. O texto aponta que o jovem estava incomodado com a sua própria falta de conexão digital, e não com o comportamento dos outros.
D - o ato do autor do texto de guardar o próprio celular por empatia pelo jovem. Esta alternativa não condiz com o que constrangia o jovem. O gesto do autor ocorre após ele perceber a situação do jovem, e não é o motivo do desconforto do rapaz.
E - a atenção que estava atraindo na padaria, por não pertencer ao local. Esta alternativa está incorreta porque o texto não menciona que o jovem estava atraindo atenção dos outros clientes; o foco está na ausência do celular e a sensação de não pertencimento por conta disso.
Estratégia de interpretação: Ao analisar um texto, é importante prestar atenção nos marcadores discursivos que indicam emoções e percepções dos personagens. No caso, o desconforto do jovem está ligado à ausência de um celular, o que é reforçado pela observação do narrador sobre a dinâmica social ao redor.
Conclusão: A habilidade de identificar os sentimentos e contextos dados pelo autor é fundamental para uma interpretação correta.
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Comentários
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GABARITO: LETRA B
? Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores e não cidadãos.
? Isto é, a falta de uma tela para olhar e se sentir como todos os outros.
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FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
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