“No Brasil, a partir da Constituição de 1988, a saúde passa ...

Uma compreensão clara sobre o papel do psicólogo na Atenção Básica de Saúde é essencial para resolver a questão proposta. O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, desde sua regulamentação pela Lei nº 8.080/1990, enfatiza princípios como universalidade, integralidade e descentralização. Esses princípios orientam práticas de saúde que vão além do atendimento individual e clínico tradicional.

A alternativa E é a correta. Ela destaca um comportamento ainda comum entre psicólogos, que é o foco nos atendimentos clínicos individuais, semelhantes aos de consultórios particulares. No entanto, a Atenção Básica oferece uma variedade de atividades, como atividades em grupo, visitas domiciliares e oficinas, que devem ser exploradas para atender às demandas comunitárias e promover a saúde de forma integral.

Vamos analisar as alternativas incorretas:

A - A postura individualista não é condizente com uma atuação comprometida com a comunidade. A Atenção Básica requer uma abordagem mais abrangente que contemple tanto o indivíduo quanto o coletivo.

B - O conceito de saúde no SUS, na verdade, inclui os aspectos sociais nos cuidados. A saúde é vista de forma ampla e integral, considerando fatores sociais, econômicos e culturais.

C - Embora o trabalho do psicólogo deva considerar o contexto social, a ideia de "submeter indivíduos a coletividades" não está alinhada com o foco em autonomia e empoderamento dos usuários.

D - O psicólogo na Atenção Básica deve integrar as dimensões intra e interpsíquica, sem priorizar uma em detrimento da outra. O trabalho deve ser integral, considerando sempre as relações e contextos sociais.

A alternativa correta, portanto, é a E, pois reconhece um comportamento tradicional, mas aponta para a necessidade de expandir o repertório de ações para melhor atender a comunidade.

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Segundo Ronzani e Rodrigues (2006), a postura individualista para tratar dos usuários vai na contramão do que seria uma atuação comprometida com a comunidade, além de também se contrapor ao conceito de saúde que norteia o SUS – que inclui os aspectos sociais nos cuidados. Com isso, pode-se afirmar que um trabalho contextualizado do psicólogo nesse nível de atenção deve se dar no sentido de empoderar indivíduos e coletividades, possibilitando que eles promovam mudanças em suas vidas. Para que isso aconteça, Amaral, Gonçalves e Serpa (2012) acreditam que o psicólogo deve se inserir, de fato, na comunidade, ou seja, no cotidiano dos moradores, compreendendo suas dinâmicas de maneira profunda e com comprometimento.