O cursivo, como até os chimpanzés saberiam prever, foi atrop...

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Ano: 2012 Banca: NC-UFPR Órgão: Prefeitura de Curitiba - PR
Q1223061 Português
O cursivo, como até os chimpanzés saberiam prever, foi atropelado impiedosamente pela eletrônica. Que as crianças precisam familiarizar-se desde cedo com o computador é ponto pacífico. Discutível é se o abandono do cursivo trará perdas às novas gerações. Especialistas acenam com possível involução na capacidade motora e na coordenação entre olho e mão.
A máquina de escrever já foi um golpe na letra de mão. A rigor, a prensa de Gutenberg, muito antes, já fora um golpe. Mas nenhum deles acertou em cheio. O computador sim, com seu avanço totalizante sobre a vida. A morte do cursivo pode resultar no fenômeno, inédito na história, de uma criança de hoje não conseguir ler o que o pai escreveu na escola, ou numa carta, ou num diário. Aqueles traços redondos como argolas, inclinados para a direita como matagal ao vento, engatados uns aos outros como vagões de trem, que diabos seriam? O cursivo difere bastante da letra de fôrma. O filho achará que o pai escrevia em árabe.
Os avanços tecnológicos têm ocorrido velozmente, mas corte tão nítido e abrupto, a erguer-se como um muro geracional intransponível, ainda estava por vir. É um mundo que se vai embora.
(Veja, 27/07/2011. Adaptado.)
Na penúltima linha, o termo “abrupto” significa:
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