O pressuposto que o nome “poupança externa” sugere é que o ...
O pressuposto que o nome “poupança externa” sugere é que o déficit em conta corrente se somaria à poupança interna dos países, e, assim, sua taxa de investimento (que é decisiva para o desenvolvimento econômico) aumentaria. Entretanto, essa tese, ou a afirmação de que “os países ricos em capital devem transferir seus capitais para os países pobres em capitais” é tão verdadeira quanto a de que a terra é plana... Parece ser verdadeira, mas é essencialmente falsa. Quando um país decide aceitar essa proposta de “crescimento com poupança externa”, a primeira consequência é a apreciação da taxa de câmbio. Em seguida, do lado da oferta, ocorre o aumento artificial dos salários, e, em consequência, o aumento do consumo interno. Dada a propensão marginal elevada a poupar existente nos países em desenvolvimento, o aumento do consumo e a correspondente redução da poupança interna são grandes, de forma que diminui a poupança interna, e a poupança externa em grande parte a substitui, ao invés de se constituir em um acréscimo à poupança interna.
BRESSER-PEREIRA, L.C. Déficits, Câmbio e Crescimento. O Estado de São Paulo, 07/03/2010. Disponível em <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,deficits-cambio-e-crescimento,520633>. Acesso em 27 fev. 2018. Adaptado.
O texto sugere que a estratégia de crescimento com poupança externa, perseguida pelo Brasil nas últimas décadas, tende a apreciar a taxa de câmbio da moeda brasileira, em relação ao dólar, em termos reais.
Esse resultado é avaliado negativamente porque