Segundo Philippe Ariès, o sentimento moderno de infância, q...

A alternativa correta é a D - reformadores católicos e protestantes.

Vamos entender o motivo.

O historiador Philippe Ariès é conhecido por seus estudos sobre a história da infância. Em sua obra, ele argumenta que o sentimento moderno de infância, ou seja, a percepção de que as crianças possuem características e necessidades distintas dos adultos, começou a se desenvolver a partir do século XVII. Esse movimento foi intensificado especialmente com o crescimento da escolarização e a ideia de que a família deveria ser um espaço de afeto e cuidado especial para com os filhos.

Ariès destaca que o movimento de escolarização e a transformação da percepção da infância foram impulsionados principalmente pelos reformadores católicos e protestantes. Eles foram responsáveis por promover mudanças nas maneiras como a educação e os cuidados infantis eram vistos e praticados, enfatizando a importância de uma educação formal e moral para as crianças.

Agora, vamos analisar as alternativas incorretas:

A - pequeno-burgueses: Embora a classe pequeno-burguesa tenha adotado as novas ideias sobre a infância, eles não foram os principais responsáveis por iniciar o movimento de escolarização e a transformação da percepção da infância. Eles foram mais influenciados pelas mudanças promovidas pelos reformadores religiosos.

B - médicos higienistas e puericulturistas: Esses profissionais tiveram um papel importante na promoção da saúde infantil e na disseminação de práticas de cuidado no século XIX, mas não foram os pioneiros no movimento de escolarização e na reconfiguração do sentimento de infância no século XVII.

C - nobres e aristocratas: Embora a nobreza e a aristocracia tivessem recursos para oferecer uma educação diferenciada a seus filhos, eles não foram os principais agentes das mudanças descritas por Ariès. A transformação da percepção da infância foi um movimento mais abrangente, envolvendo mudanças sociais e religiosas.

E - famílias camponesas e proletárias: Essas famílias, em geral, tinham menos acesso à escolarização e a novas práticas de cuidado infantil no século XVII. A transformação das percepções sobre a infância chegou a essas camadas da sociedade de maneira mais lenta, frequentemente influenciada pelas reformas promovidas pelos grupos religiosos e pela burguesia.

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A partir do século XV, e sobretudo nos séculos XVI e XVII, apesar da persistência da atitude medieval de indiferença à idade, o colégio iria dedicar-se essencialmente à educação e à formação da juventude, inspirando-se em elementos de psicologia que eram encontrados e que hoje reconhecemos em Cordier, na Ratio dos jesuitas e na abundante literatura pedagógica de Port-Royal. Descobriu-se então a necessidade da disciplina: uma disciplina constante e orgânica, muito diferente da violência de uma autoridade mal respeitada. Os legisladores sabiam que a sociedade turbulenta que eles comandavam exigia um pulso firme, mas a disciplina escolar nasceu de um espírito e de uma tradição muito diferentes. A disciplina escolar teve origem na disciplina eclesiástica ou religiosa; ela era menos um instrumento de coerção do que de aperfeiçoamento moral e espiritual, e foi adotada por sua eficácia, porque era a condição necessária do trabalho em comum, mas também por seu valor intrínseco de edificação e ascese. Os educadores a adaptariam a um sistema de vigilância permanente das criancas, de dia e de noite, ao menos em teoria

"Segundo Ariès, a partir de um amplo movimento de moralização liderado sobretudo por reformadores católicos, protestantes e juristas, a escola se constituiu enquanto instituição fundamental como meio de educação, com as crianças deixando de ser misturadas aos adultos e de aprender a vida diretamente com eles."

FONTE: A infância como objeto da história um balanço historiográfico

Gab D

"Segundo Ariès, a partir de um amplo movimento de moralização liderado sobretudo por reformadores católicos, protestantes e juristas, a escola se constituiu enquanto instituição fundamental como meio de educação, com as crianças deixando de ser misturadas aos adultos e de aprender a vida diretamente com eles."